domingo, 18 de maio de 2008

(18MAI2008)
PERFIL DO CONSUMO BRASILEIRO EM 2008
O Consumo Agregado Nacional deve crescer mais que o PIB em 2008, passando dos R$ 1,7 trilhões, variando 6,8%, ante 2007.

O consumo dos brasileiros deve alcançar R$ 1,742 trilhão, em termos reais, este ano, de acordo com o estudo feito pela Target Marketing. O IPC-Target 2008, indicador da potencialidade de consumo dos brasileiros, analisou dados de cada um dos 5.564 municípios do país. Os cálculos também mostraram que as despesas das famílias crescerão cerca de 6,8% este ano, mais que o PIB do país, previsto para crescer 4,8% no período entre 2007/2008.
Por Região
Em 2008 a região Nordeste deve ter o maior crescimento no consumo nacional, embora a região Sudeste apresente maior participação, com 51,8%, contra 53,2% em 2007, perdendo um pouco de sua gigantesca expressividade. Além de passar a ser a segunda maior região em consumo do país, com 18,2% ante os 16,8% do ano passado, o Nordeste supera a marca da região Sul que se manteve estagnada com os 16,8%. No Centro-Oeste o consumo apresenta ligeira elevação, os 7,8%, contra os 7,6% do ano passado. Já o Norte pode experimentar uma queda na participa;’ao do consumo total neste ano, 5,4% ante os 5,6% obtidos em 2007.
As Metrópoles
Se somadas, as 15 maiores cidades do Brasil respondem por 30,2% da participação do consumo nacional. Em termos de crescimento, Recife ascende no ranking de previsão, ficando na 9ª posição, com 1,07%. No ano passado, a capital pernambucana ficou na 12ª, com 0,90%, influenciando grande parte do aumento da representatividade da região Nordeste.
As lideranças são puxadas por São Paulo, que registrou IPC-Target de 8,95%, seguidas pelo Rio de Janeiro (5,37%), Belo Horizonte (1,91%), Brasília (1,88%) e Salvador (1,85%). A participação das capitais será de 32,4% em 2008, conforme a expectativa do indicar, ante os 37,4% registrados em 2001. Em valor, a participação das 27 capitais brasileiras será equivalente a R$ 570,7 bilhões.
Motivos
A expansão do crédito, muito comentada nesta página em outras edições, mais uma vez explica um fenômeno, que se mostra através das mais diversas faces, explicitando que uma política econômica, por mais minuciosa que pareça, pode trazer implicações que se multiplicam com as variáveis que esta influencia.
O acesso facilitado ao crédito impulsiona toda a economia, “forçando” os produtores e o consumo para alcançarem níveis mais próximos ao do Pleno Emprego. Mas até que ponto pode o crédito basear o crescimento econômico de uma nação? Talvez estejamos galgando passos incertos e vendando as nossas vistas da “realidade real”, se é que ela existe.
(11MAI2008)
CRESCIMENTO DO MERCADO NACIONAL DE VEÍCULOS

Quase 50% de aumento nas vendas de veículos automotores em abril deste ano em relação ao mesmo mês em 2007, elevando de 223,6 mil para 269,3 mil unidades vendidas.

O crescimento contínuo do mercado de veículos automotivos no Brasil se dá pela extensão do crédito financeiro, que acaba por ampliar a demanda pelo bem, alavancando consigo a produção e a produtividade dos recursos da base industrial automobilística.
Para uma análise tradicional do cenário econômico é evidente os benefícios para a sociedade, afinal, é garantida a geração de emprego e renda nos grande centros produtores para esse mercado, além da mobilidade dos recursos diretos e indiretos da transformação de matéria-prima e utilização da tecnologia das grandes montadoras.
O problema do crescimento
Uma análise mais conjuntural, sistêmica, relacionando o impacto negativo do meio de transporte no meio ambiente, ainda o fluxo mais concentrado nas ruas e as políticas públicas reativas e lentas para a solução de tal problemática, mostram que os foguetes de comemoração podem ser estourados por poucos num espaço temporal restrito.
Não é que se trate de um discurso esquerdista sem fundamentação, mas a idéia de expansão desse mercado, especificamente, é preocupante ante a lenta e quase nula retirada da frota antiga em circulação, ou seja, entram cada vez mais automóveis nas ruas ao passo que quase não saem outros, acumulando um número absurdo nas grandes metrópoles e deixando cidades menores com um caos no trânsito. São diversos os problemas a serem levantados
Os mais vendidos
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a VOLKSWAGEM é a empresa que mais produz veículos (unidades produzidas), tendo também a maior representatividade nas exportações. O modelo mais consumido pelos brasileiros é o Gol Flex, seguido de perto do Pálio Flex, da FIAT. Ainda
Os veículos mais vendidos de cada montadora, mesmo das não citadas, é o seu modelo popular de combustível “flexível”, deixando claro que os brasileiros preferem a possibilidade de escolher o combustível que abastece o tanque de seu automóvel.
A questão do combustível
Com o preço do barril de petróleo alcançando recordes histéricos e históricos na última semana, a alternativa brasileira do biocombustível e do álcool como saídas para a problemática da matriz energética para o transporte, principalmente o individual (carro), parece ser a bola da vez, mesmo diante das duríssimas críticas viciadas dos produtores europeus de produtos agrícolas, que acusam os produtores locais de colaborarem com a crise dos alimentos por desviar a produção para a composição do combustível.
Mas parece que, realmente, o consumidor prefere um combustível menos poluente, talvez para diminuir o peso de suas escolhas na qualidade de vida de uma sociedade cada vez mais preocupada com o bom funcionamento de todo o sistema, mas ainda não abre mão de um conforto básico de locomoção, a aquisição de seu próprio meio de transporte.
(27ABR2008)
O PÃO ESTÁ MAIS CARO!!!
O preço do pão varia em todo o Brasil, cerca de 17% no ano. Em Macapá a variação foi de 8,45% só em março, em relação à fevereiro passado.
A crise do trigo
A população brasileira terá que pagar mais pelo pãozinho. Desde o ano passado até março deste ano, o pão já subiu 17% para o bolso do consumidor final, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A Argentina suspendeu novamente as exportações de trigo. Com estoques só até o fim de maio, o Brasil terá que recorrer aos cereais da Amércia do Norte, onde o preço é mais alto. Além do valor do trigo ser mais caro no Canadá e nos Estados Unidos, o frete também é maior.
O país perde com a demora para o produto chegar até aqui. Enquanto a importação de trigo da Argentina para o Brasil demora uma semana, a dos EUA demoraria cerca de 40 dias. Com gastos maiores para a importação, a indústria sofrerá um aumento, que será repassado ao consumidor, com sempre.
A evolução
O preço do trigo nacional, de acordo com o levantamento, subiu 25,55% em 2008, na comparação com o ano passado, passando de R$ 522,00 a tonelada para R$ 656,00. Em 2006, o produto custava R$ 410,00 a tonelada.
Nos últimos 12 meses até março, o preço do pãozinho subiu quase 17%, e a farinha de trigo, 17,6% para o consumidor final, segundo a Fipe. Em Macapá a variação mensal em março passado foi de 8,45%, passando de R$ 4,85 em fevereiro para os R$ 5,26 o quilo.
As medidas de contenção
O CMN (Conselho Monetário Nacional) anunciou nesta quinta-feira, 24, mudanças na poupança rural, que irá disponibilizar mais crédito para os produtores das culturas de inverno, principalmente do trigo. A mudança aumentará em R$ 1,2 bilhão os recursos disponíveis, a uma taxa de juros de 6,75% ao ano.
A expectativa é que 70% do montante sirva para as plantações de trigo. O anúncio de hoje é um complemento a outras decisões do CMN, que no início do mês ampliou o limite de financiamento por produtor de R$ 300 mil para R$ 400 mil e também elevou o preço mínimo do trigo em 20%.
O governou lançou pacote de auxílio que inclui liberação de novos recursos, prorrogação de dívidas e recursos alocados por bancos. Medidas que reduzem a carga tributária no setor, incluindo alíquotas de importação de insumos, seguem em estudo pelo governo.
Novos aumentos?
O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) descartou, semana passada, 24, novos aumentos no pão francês ou em produtos à base de trigo, por conta da suspensão de exportações do produto pela Argentina.
De acordo com o ministro, a crise no país vizinho já teve seu impacto controlado, e o Brasil adotou todas as medidas que poderiam ter tomadas, como a redução à zero das tarifas de importação de outros países e o estímulo à produção interna.
O estoque mundial do trigo do ano comercial 2007/2008 é o menor dos últimos 20 anos com 112 milhões de toneladas, 10% abaixo da safra de 2006/2007, segundo a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo) e entidades parceiras.
Desdobramentos...
O pão é um produto complementar a vários outros, o que influencia o consumo de tais produtos ligados a ele, como: leite de gado, café, frios (queijo e presunto) e outros. Se o repasse do aumento do custo do trigo é repassado ao consumidor final em todo o seu impacto, a demanda por pão, por exemplo, tende a diminuir, levando consigo a demanda dos demais produtos complementares, provocando uma pressão para baixo nos preços de tais produtos, o que pode arrefecer o mercado.
Com o consumo em tendência a diminuir, a produção também pode sofrer a influência do mercado, diminuindo a oferta e buscando um equilíbrio nos preços e no consumo efetivo do pão (trigo) e dos produtos influenciados. Tal cenário com a ocorrência de um estado mínimo nas decisões de mercado, o que não ocorre no Brasil, que regula os fenômenos do mercado de perto. As medidas propostas para o incentivo à produção interna e da diminuição da dependência dos produtores estrangeiros, através, principalmente da expansão do crédito, mostrando a tendência global de “crescimento” da economia nacional.
O mercado interno
Em todo o Brasil a alta de preços de produtos alimentícios se mostra a grande vilã, hora adormecida e “esquecida” na década passada. Mas, uma das maiores variações foi realmente o trigo, que variou 112% em abril em relação a março, passando dos U$ 1.000,00 a saca (60Kg), sendo que em março era apenas de U$ 470,00 a mesma quantidade.
Arroz e milho também estão entre as commodities que mais variaram, no mesmo período, 23,3% e 36,1%, respectivamente, encarecendo todo um grupo de alimentação, uma vez que servem de matéria-prima para diversos outros produtos.
Ainda a questão consumo nacional deve ser analisada. Um consumo de 10,2 milhões de toneladas ante uma produção de 3,8 milhões, evidenciando a dependência estrangeira pelo trigo (principalmente da Argentina). A crise estabelecida não é interna ao Brasil, mas sentimos o reflexo da mudança das políticas de produção de nossos mais próximos hermanos.

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