sábado, 28 de março de 2009

RAPIDINHAS (27mar2009)...

Banho de água fria
Ontem (26) pela manhã, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou que a economia do país sofreu retração de 6,3% no quarto trimestre de 2008, enquanto que o mercado projetava uma queda de 6,6%. O número mostra que as previsões foram pessimistas. Mesmo os dados sobre a economia norte-americana vindo um pouco melhores do que o projetado por analistas do mercado, o número é significativo e preocupante. Os impactos devem ser sentidos em toda a semana, tirando a tônica alteração nas bolsas depois do anuncio do pacote dps títulos podres anunciado pelo governo norteamericano.

Preocupação
Sendo os Estados Unidos da América o país que amais crescia em volume capital, mostrando uma retração tamanha na movimentação comercial doméstica, um fator pessimista interessante aparece: falhando o “motor” do sistema, todo o sistema deve falhar. Em outras palavras, a marolinha de Lula esta mais para um tsunami nos países em desenvolvimento, dependentes da saúde econômica dos “desenvolvidos”.

O “porque”
O decréscimo do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no quarto trimestre é consequência de um reflexo de contribuições negativas das exportações, gastos dos consumidores e investimentos em residências. O recuo das vendas de equipamentos de software também contribuiu para a queda do PIB norte-americano. As exportações norte-americanas recuaram porque percebe-se em alguns países o movimento de desvalorização da moeda em relação ao dólar e outro ponto é que com o início da crise do subprime os países já sentiram os efeitos e diminuíram a capacidade de compra.

Reflexos aqui
Para o Brasil, o número apenas justifica a queda nas exportações brasileiras, uma vez que a queda no PIB dos Estados Unidos significa um declínio nas nossas vendas para o mercado internacional, uma vez que temos grande parte de nossa paute de exportações atendendo ax necessidades de recursos do país com maior mercado consumidor do mundo. Então, com os Estados Unidos comprando menos, observando retração no mercado, os produtores mundiais que tem negócios com o aquele pais (todos) sofrem com o estoque da produção, preço de mercado, produção, desemprego, redução da renda nacional e local.

Mais números
Outro fator importante foi em relação ao recuo nos gastos dos consumidores - que passou de uma queda de 3,8% no terceiro trimestre de 2008 para 4,3% no último trimestre. A indicação lógica para a problemática gira em torno da crise de confiança. Se não há investimentos pela elevação no índice de inadimplentes, há retração da produção, diminuição do nível de renda, desemprego e outros. Com tal cenário de incertezas, o consumidor retrai e tende a poupar mais, antevendo uma crise nas finanças domésticas e pessoais. Tal comportamento natural foi observado em todo o mercado.

Um plano?
Para conter a desconfiança generalizada, Barak Obama propôs um plano, que busca limpar cerca de US$ 1 trilhão dos ativos “ruins” dos balanços das instituições com dificuldades financeiras, utilizando recursos público-privados onde o governo irá conceder incentivos aos investidores privados para adquirirem os títulos, que por sua vez poderão lucrar com uma possível melhora nos preços de tais ativos no futuro. Mas a ratificação é mais que necessária. É uma aposta de retorno pela garantia de que nada mude! A tendência natural seria a ocorrência de um novo colapso, caso as regras estruturais do jogo não se alterem.

Um lado positivo
Com o agravamento da crise externa e a desvalorização do real frente ao dólar, as viagens internacionais ficaram mais caras para os brasileiros, beneficiando os destinos nacionais. A variação cambial também tem atraído viajantes da América do Sul para os roteiros no Brasil. No primeiro bimestre, houve um pequeno aumento de demanda por pacotes nacionais, diante dos preços convidativos, já que boa parte dos que iriam para o exterior optou por ficar no País. Nos pacotes internacionais, houve queda de 30% nas vendas desde dezembro. Mais promoções e redução de preços são forte expectativa para abril vindouro.

Mais dinheiro na casa
Dados do Banco Central mostraram que as despesas dos turistas brasileiros no exterior caíram 32,14% em fevereiro em comparação com igual período de 2008 e somaram US$ 551 milhões. Nos primeiros dois meses do ano, os gastos recuaram 27,55%, para US$ 1,294 bilhão, um bom indicador para a nossa economia domestica, que passa a “gastar” menos em outras praças e faz mais dinheiro circular no próprio país.

Estratégia
Algumas estratégias são usadas pelas agências de viagens ao exterior, como bonificação no trecho internacional, facilitação no pagamento dos pacotes internacionais, e diversas promoções para o mercado. Uma tentativa de assegurar o nicho de mercado, que percebeu grande expansão entre 2007 e os “bons” meses de 2008. Parece que a aposta esta realmente nos destinos nacionais. Num país com características e dimensões continentais não fica difícil de convencer os consumidores a deixar de real no mercado local.

Bom?
Segundo a Abav, a quantidade de estrangeiros que visitam o País não diminuiu nos dois primeiros meses deste ano. "A queda de norte-americanos e europeus têm sido compensada pelos sul-americanos, principalmente argentinos, já que o câmbio ficou atraente. Entretanto, este público gasta menos", lembra. Para o executivo, se melhorar a situação da economia, a vinda de estrangeiros deve ficar estável em 5 milhões.

Menos dinheiro entrando
O Banco Central informou que mês passado houve queda de 13,13% em relação ao mesmo intervalo de 2008, para US$ 430 milhões. No bimestre, os gastos contabilizaram US$ 922 milhões, contra US$ 1,090 bilhão entre os meses de janeiro e fevereiro de 2008. Parece que nossos “hermanos” estão mais dispostos a nos visitar, mas infelizmente o status de país em desenvolvimento deixa Argentina e companhia numa situação parecida com a nossa: com muita vontade e pouco dinheiro. Aproveitemos o que pudermos!

RAPIDINHAS (28mar2009)...

Nem tão ruim assim
Depois de passar a semana inteira embolsando ganhos, os investidores aproveitaram a sexta-feira para realizar lucros. Com isso, o índice acionário da BM&FBovespa encerrou o dia em queda de 1,6%, aos 41.907 pontos, encerrando o período com valorização de 4,56%. No mês e ano, os ganhos acumulados são de 9,75% e 11,6%, respectivamente. Já o giro financeiro somou R$ 3,09 bilhões. Bons resultados para quem temia uma retração absoluta.

A semana
Durante a semana, a divulgação de indicadores econômicos norte-americanos positivos animaram os negócios. Porém, nesta sexta-feira, a cautela prevaleceu com importantes economias da Europa ainda mostrando fraqueza diante da crise. O Produto Interno Bruto (PIB) da França recuou 1,1% no quarto trimestre de 2008, enquanto que no Reino Unido, a revisão do PIB apontou contração de 1,6% no período. A recessão na Europa ainda está muito forte e complica o fechamento de negócios em todo o mundo. o mercado ainda anda desconfiado!

Melhorias?
Parece que a política de Obama anda boa das pernas, pois os Estados Unidos, apesar de positivos, os indicadores econômicos divulgados hoje não foram suficientes para inverter a tendência de queda. A renda dos consumidores norte-americanos recuou 0,2% em fevereiro. Já o índice que mede os gastos dos consumidores (PCE, na sigla em inglês) avançou ou 0,2%, na mesma base de comparação. Por fim, a confiança do consumidor, medida pela Universidade de Michigan, também apontou uma melhora: 57,3 pontos em março, ante 56,6 pontos apresentados na medição anterior.

No Brasil
Por aqui, os investidores passaram o dia assimilando rumores de mercado apontando que a Vale aceitou reduzir, temporariamente, em 40% o preço do minério de ferro à siderúrgicas asiáticas. Porém, a mineradora brasileira desmentiu a informação. Também foram destaque os resultados corporativos trimestrais. Após perder mais de US$ 2,13 bilhões com derivativos, a Aracruz anunciou prejuízo líquido de R$ 2,982 bilhões no quarto trimestre de 2008, ante resultado positivo de R$ 187,3 milhões um ano antes. No acumulado de 2008, a empresa encerrou com perdas líquidas de R$ 4,194 bilhões, contra ganho de R$ 1,044 bilhão em 2007. papéis preferenciais série B despencaram 7,27%, cotados a R$ 1,53.

Continua a novela
Já a Embraer reportou prejuízo líquido de R$ 40,6 milhões no quarto trimestre de 2008, ante o lucro líquido de R$ 399,7 milhões registrados em igual período do ano anterior. No acumulado de 2008, a companhia totalizou um lucro líquido de R$ 428,8 milhões. O resultado é 64% inferior quando comparado a R$ 1,185 bilhão visto em 2007. Com isso, as ações ordinárias da companhia lideraram as perdas do Ibovespa, com recuo de 8,49%. O indicador defende a postura corporativa da empresa pública, que briga pelo direito de gerencias o negócio e demitir milhares de servidores.

No Amapá
Os estudos divulgados pelo SEBRAE/AP mostram a necessidade de se alcançar o autorreconhecimento. Nosso Estado ainda perde muito por não saber que oportunidades passam diante de si. Devemos elaborar levantamento de informações, o máximo que pudermos, para a confecção de um diagnóstico regional, com as possibilidades de desenvolvimento endógeno e valorização de nossas riquezas e comunidades.

A horticultura
Defendida por muitos economistas, a atividade agropecuária, como produção de alimentos e rações, é a parte fundamental de uma economia, sendo que a sua função é primordial a qualquer outra produção. Com nossos amapaenses comprando (importando) de outros estados, o frango congelado, laticínios e outros, a economia local não desenvolve uma cultura produtiva, necessária para a fixação do homem no campo, desafogando as cidades e buscando a sustentabilidade local. Louvores ao bom trabalho desenvolvido pelo SEBRAE/AP e por seus consultores e técnicos.

terça-feira, 24 de março de 2009

RAPIDINHAS (24mar2009)...

Recuperação?
Os principais mercados acionários mundiais reagem, de forma bastante positiva, a divulgação dos detalhes dos planos de resgate do setor financeiro. Sendo assim, o índice acionário da BM&FBovespa apresentava forte valorização de 4,88%, aos 42.032 pontos, em meados da tarde de ontem (23). O giro financeiro estava em R$ 2,23 bilhões.

Convencimento
O Departamento Tesouro dos Estados Unidos anunciou ontem (23/03) os detalhes do seu plano (criado em fevereiro passado) para resolver a questão dos ativos tóxicos bancários. A idéia é estimular os investidores privados a adquirir estes títulos e, para isso, serão criados dois mecanismos um para os empréstimos e outros para os títulos ligados aos ativos imobiliários. Parece que veio meio tardio, mas os investidores, com tamanha desconfiança, começam a apostar mais alto nos mercados futuros em resposta à estadualização das finanças em termos gerais.

Embasamento institucional
Em resposta a mais algumas exigências do capital volátil dos investidores internacionais, o Departamento do Tesouro dos EUA vai atuar em conjunto com o Federal Deposit Insurance Corporation (FIDC) e Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O plano vai usar entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões do Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp, sigla em inglês) e de investidores privados, que vai gerar US$ 500 bilhões em compras de ativos podres, "com potencial para expandir para US$ 1 trilhão ao longo do tempo", conforme comunicado do Tesouro.

Papel do Estado?
Sem saída para o mercado, a necessidade de uma outra medida alternativa, nada convencional, o Estadido aumenta sua participação no mercado e restringe as regras do jogo. Durante a apresentação dos detalhes do plano, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou hoje que com o programa de compra de ativos podres de instituições financeiras, o Estado está assumindo riscos. "Em nossa opinião, a melhor maneira de sair disso é trabalhar junto com os mercados", enfatizou o secretario.

Será a saída?
As apostas estão no cerne da estatização das finanças. O Estado passa a ser fiador de ativos de empresas com indicadores financeiros em alerta, suprimindo a evasão maciça de capital de investimentos. A coisa funciona como se o Estado passasse a garantir que as coisas irão entrar nos eixos do desenvolvimento no futuro. Mas nada é tão certo quanto o agradecimento dos empresários aos governistas das nações que ora adotam tal política expansionista estatal. Só mesmo sendo bastante otimista para crer que uma mudança paliativa e superficial pode “salvar” o sistema de produção capitalista.

Como funciona?
O plano busca limpar cerca de US$ 1 trilhão destes ativos dos balanços das instituições, utilizando recursos público-privados onde o governo irá conceder incentivos aos investidores privados para adquirirem os títulos, que por sua vez poderão lucrar com uma possível melhora nos preços de tais ativos no futuro. Mas a ratificação é mais que necessária. É uma aposta de retorno pela garantia de que nada mude! A tendência natural seria a ocorrência de um novo colapso, caso as regras do jogo não se alterem.

Pode apostar
É óbvio que se faz prematura qualquer afirmação de que o programa de intervenção estatal, proposto pelos EUA, terá algum êxito em resolver os problemas do setor financeiro. Primeiro, deve-se reconquistar a confiança do investidor no sistema financeiro, o que é primordial para a normalização da liquidez e do crédito, uma vez que foi a falta de confiança que expulsou do mercado de futuros bilhões de dólares, impactando diretamente a economia real.

No Brasil

As previsões para o desempenho da economia neste ano seguem em deterioração cada vez mais pronunciada. Ao falar sobre os cortes no orçamento na semana passada, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo reconheceu que o governo já trabalha com um crescimento da ordem de 2% para este ano. Já entre os analistas, as projeções são bem mais modestas. De acordo com o Boletim Focus divulgado hoje, a mediana das estimativas recuou para apenas 0,01%, ou seja, crescimento nulo neste ano.

No Amapá
Os investimentos do governo estadual são mantidos, como são mantidos os investimentos do governo federal, mesmo anunciado alguns cortes estratégicos. O Amapá segue comemorando o título de UF que mais expandiu no comércio exterior em fevereiro deste ano. Se somente tal indicador bastasse, estaríamos vivendo numa Finlândia do início do século, mas na Amazônia. Não basta vender mais, possuir uma reserva mineral gigantesca, embarcar navios e aviões abarrotados de ferro e ouro, mas deixar os trabalhadores locais e suas respectivas famílias chupando os dedos, vendo a riqueza sair de debaixo de seus pés enquanto se afogam na própria miséria, sorrido para meros favores amiúdes concedidos pelo capital sem nação

terça-feira, 17 de março de 2009

A EXPORTAÇÃO DO MINÉRIO DE FERRO AMAPAENSE EVIDENCIA O MUNICÍPIO DE PEDRA BRANCA DO AMAPARÍ NO CENÁRIO NACIONAL


O estado do Amapá apresentou o maior índice de crescimento de todo o País em fevereiro deste ano, ou seja, uma variação positiva de 484,6% no comparativo com o mês de fevereiro de 2008, com a marca de US$ 22,8 milhões. Ainda no norte, o Pará, primeira colocação no ranking regional, teve queda de 3,8%, na mesma comparação, com vendas internacionais em US$ 631,6 milhões.

Uma comparação entre Pará e Amapá parece desleal, visto suas principais diferenças nas dimensões territoriais e na inserção da malha de infraestrutura física paraense com as demais conexões nacionais, dando ao nosso “pai-irmão” um status diferenciado do nosso no cenário econômico nacional.
Mas as comparações relativas à movimentação interna de cada Estado podem ser feitas, considerando as atividades diferenciadas de cada Estado, mas também considerando os resultados no cenário endógeno (interior) a cada unidade. Aí teremos uma larga vantagem ao alisarmos os números da economia, principalmente no comércio exterior, no mês de fevereiro deste ano.

Mudanças no ranking estadual

Um crescimento de 23,7% em relação a janeiro deste ano e 484,6% em relação a fevereiro do no passado, mostra que as exportações amapaenses conferem um amplo crescimento nas exportações locais.

Com mais de US$ 22,8 milhões vendidos no mês passado, o Amapá mostra que a recessão ainda não atingiu o comércio exterior dos lados daqui do país. O principal produto exportado, quebrando a tendência evidente do ano passado, foi o minério de ferro, com uma participação de 38,24% do total exportado, ou seja, US$ 15.819.860,00 somente em fevereiro.

Houve uma superação nas exportações do produto, que deixou a expansão das vendas do ouro para trás, com uma participação de 36,11% das vendas amapaenses para o exterior, com seus US$ 14.938.384,00. Não significa a queda nas exportações do ouro foi de fundamental importância para a o fato na mudança no ranking dos principais produtos exportados.

A questão principal foi o crescimento nas exportações de ferro, passando de US$ 4.676.399,00 para os extraordinários US$ 11.143.461,00, um crescimento de mais de 102% nas vendas do produto amapaense, passando de uma participação de 25,24% na pauta das exportações do Amapá em janeiro deste ano para os 38,24% no mês passado, considerando o acumulado do ano.


Produtos e empresas

As principais empresas exportadoras foram as mineradoras que, somadas e considerando o acumulado do ano, representam 74,35% de todas as exportações de nosso estado. Ainda, outra empresa relevante nas exportações explora o potencial vegetal e climático do Amapá, com vendas de madeira e participação em mais de 12% do valor exportado pelo Estado.

A ANGLO FERROUS AMAPA MINERACAO LTDA lidera o ranking de principais empresas exportadoras no Amapá. Foram mais de US$ 15,8 milhões exportados até o mês de fevereiro deste ano, segundo dados oficiais da Secretaria de Comercio Exterior. O principal produto exportado pela empresa são os minérios de ferro, em evidente expansão no cenário mundial com a atual abertura do mercado chinês e incentivos à construção civil pelas economias protecionistas dos países ricos, acabando por “financiar” a indústria no centro o Amapá.

Outra empresa “gigante” nas exportações é a MINERACAO PEDRA BRANCA DO AMAPARI LTDA, que vendeu mais de US$ 14,9 milhões ate o mês passado. A extração de ouro rendeu a participação de 36,11% na pauta de exportações do Amapá. A atividade de todo o ano passado mostra a regularidade nas exportações da empresa que, respeitadas as sazonalidades do mercado, atua de forma equilibrada nas vendas.

A AMCEL - AMAPA FLORESTAL E CELULOSE LTDA, única empresa que não exporta minérios entre as quatro maiores exportadoras, também figura entre as principais empresas com maiores vendas para fora do Brasil. Foram US$ 5.350.789,00 até mês passado, representando, no ano, cerca de 12% de todo o volume exportado através do Amapá.

A quarta colocada, mas não a última, é a MINERACAO VILA NOVA LTDA, exportando US$ 3.840.995,00 neste ano, até fevereiro, ou seja, 9,28% das exportações pelo Amapá. O principal produto exportado pela empresa são minérios metálicos de cromo, utilizado para a confecção da liga do aço, também sob influência direta da commodity ferrosa.


Mudanças no ranking nacional

No primeiro mês deste ano, o município de Pedra Branca do Amapari ocupava a posição de numero 67 no ranking dos saldos municipais em comércio exterior de todo o Brasil, com seus US$ 14.226.820,00 positivos na diferença entre exportação (US$ 14.226.820,00) e importação (US$ 0,00), sendo que nada havia sido importado até o fechamento de janeiro.

Com os resultados de fevereiro, o município subiu duas posições, passando a ocupar a vaga 65 do mesmo ranking, com saldo positivo de US$ 30.293.631,00, facilitado pelo movimento diverso do comércio exterior pelo território brasileiro.

Outra ponderação importante é a alteração no ranking das exportações municiais, tendo Pedra Branca passado da posição 132 para a vaga de número 120, mostrando que a mudança não era passageira, mas evidenciava a efetividade da exploração mineral no Amapá, uma vez que os demais municípios amapaenses ocupam classificação bem abaixo do observado com o município central.



Para as importações

No encerramento do mês, a Região Norte apresentou queda das importações de 27,5%, no comparativo com fevereiro do ano passado. Porém, dos sete estados integrantes do Norte brasileiro, apenas dois tiveram desempenhos negativos: Amazonas (-35%) e Roraima (-83%). Os demais estados nortistas obtiveram índices positivos sobre as importações de fevereiro de 2008.
O Amapá importou mais bens de capital geradores de eletricidade. Fato também observado no inicio do ano passado, quando as mineradoras ou subsidiárias se preparavam para as atividades de todo o ano.

No final de 2008, com o impacto direto dos efeitos da crise nos mercados financeiros de futuros das indústrias minerais, a retração foi sentida e a exploração diminui o ritmo, mas não deixou de crescer. O movimento atual mostra a postura das empresas para continuar a rotina de expansão, passado o susto da marolinha que transformou em tsunami, as principais empresas exportadoras aquecem os motores e importam bens de capital para aumentar sua produtividade.Foram mais de US$ 4.255.650,00 importados entre grupos/eletrogrupos para motor à diesel P>375kva (39,78%), esferas forjadas/estampadas de ferro/aço (10,92%), água-de-colônia (8,45) e câmeras de vídeo de imagens fixas (4,55). Então, fica observado o peso das importações de bens de capital voltados para a geração de eletricidade.

RAPIDINHAS (14mar2009)...

Uma idéia “limpa”
A Petrobras e a Fundação Banco do Brasil lançam no Rio de Janeiro, amanhã, projeto de implantação de mil unidades de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS). Serão investidos cerca de R$ 9,6 milhões nessa tecnologia social, que vai beneficiar cerca de mil famílias em cinco estados brasileiros (além do RJ, serão beneficiados os estados do RN, SE, BA e MG). Além de dispensar o uso de técnicas danosas ao meio ambiente, já que não utiliza adubos químicos nem agrotóxicos, o Sistema PAIS vai gerar segurança alimentar (alimentos para subsistência), além de trabalho e renda para os agricultores familiares por meio da implantação de um sistema de produção de alimentos orgânicos e sua comercialização

Uma resposta
Não é que a Petrobras e a Fundação Banco do Brasil sejam boazinhas e investem em tecnologias mais social e ambientalmente racionais. Na verdade, o comportamento das grandes instituições que atuam no mercado se justifica na necessidade atual do reconhecimento do papel “correto” para a imagem institucional de tais empresas. Tal comportamento não deixa de ser louvável e digno de menção, mas o entendimento das forças que atuam no cenário se faz indispensável, caso queiramos ser co-responsáveis pela compreensão ideal do que se passa na realidade que nos cerca. Nada mais é que uma reposta aos novos anseios sociais (do consumidor) e as novas relações dos atores na sociedade e economia. Isso tudo também é economia.

O otimismo pega
O consumidor brasileiro tomou consciência da fragilidade do emprego diante da crise mundial, mas continua confiante em uma recuperação ainda em 2009, segundo pesquisa da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) divulgada quinta-feira passada. O INC (Índice Nacional de Confiança) caiu 13 pontos entre janeiro e fevereiro, de 142 pontos para 129 pontos. Em fevereiro do ano passado, o INC estava em 137 pontos, oito pontos acima. A pesquisa ACSP/Ipsos faz mil entrevistas domiciliares por mês, em nove regiões metropolitanas e 70 cidades do interior brasileiro. "Nos próximos seis meses, a média das regiões ainda mostra otimismo do consumidor em relação ao futuro da sua região, com 42% que acreditam que a economia estará mais forte, contra apenas 14% que acham que estará pior", diz o estudo.

O brasileiro
Sonhador como poucos outros nacionais, o brasileiro espera que a economia se equilibre novamente ainda neste ano. Nada muito fora do normal para mim, que sou brasileiro. Nas economias mais “experientes” as expectativas são menos otimistas. Mas o país do samba, futebol, carnaval e feijoada passa pela crise sorrindo e parece que a postura realmente auxilia a construção de um imaginário coletivo positivo, facilitando as transações reais, com impactos diretos nos resultados e indicadores que acabam por atraindo mais investimentos e monta a espiral positiva da recuperação. Torçamos a favor!

O amapaense
Como diz a musica regional que retrata a cultura local: “a vida daqui é assim, devagar. Pirão de açaí com ‘tamata’”. O amapaense parece esperar com a boca aberta mais uma política que satisfaça a sua fome, enquanto os representantes brigam por fatias de poder. Uma chacoalhada iria bem nos ânimos locais. Parem de roubar nossos tesouros! “Solo fértil de imensos tesouros” acorde para os saques diários a troco de muito menos que pão e água. Os “filhos deste solo” sofrem a cada morte violente, a cada boca de fumo que se abre nas zonas urbanas mal planejadas, a cada filho que se vai no fio da peixeira ou do terçado de um filho duma rapariga das cidades “planejadas” para a mineração. Tudo isso também é economia.

Coerência?
Justamente antevendo as diferenças gritantes e gigantes das economias “ricas” a comissão da ONU formada para repensar o sistema financeiro internacional e chefiada por Joseph Stiglitz vai propor que 1% de qualquer pacote de socorro às economias ricas, empresas ou bancos seja destinado aos países em desenvolvimento. Stiglitz tenta encontrar formas de financiar os países vulneráveis e evitar um default, chegando a sugerir a criação de "FMI regionais" para permitir que o dinheiro chegue até as regiões mais prejudicadas. Seria uma coerência ou um “cala-te boca!” para as nações mais impactadas socialmente com os resultados da divisão internacional do trabalho e da organização do modo de produção atual?

Justificativas
Segundo o entendimento da ONU, o mundo precisa diversificar as fontes de financiamento e uma ajuda global precisa ser estabelecida. Uma das alternativas seria a de fortalecer os bancos regionais e nacionais, como o BNDES. Sua proposta seria a de destinar 1% de qualquer pacote a um fundo para ajudar as economias vulneráveis. O pacote de propostas será divulgado na próxima semana, antes da reunião do G-20, em Londres. Stiglitz alerta que a proposta da Europa de reforçar o FMI com US$ 500 bilhões não será suficiente para evitar a recessão global. O economista alerta que os Estados UNidos até agora não deram sinal do que vão contribuir em dinheiro para ajudar os emergentes.A Europa já prometeu US$ 250 bilhões, contra outros US$ 100 bilhões do Japão.Outra proposta é para que os países ricos e mesmo os emergentes abram seus mercados unilateralmente às economias mais pobres, como forma de estimular as exportações desses países e relançar essas economias.

Revisão ortográfica: mercados
O mercado editorial está no centro das discussões sobre quem ganha e quem perde com o acordo ortográfico da língua portuguesa. Enquanto alguns avaliam que as editoras serão as principais beneficiadas com a reforma, muitas empresas do setor, tanto no Brasil como em Portugal, inicialmente se opuseram às mudanças na escrita. O presidente da União dos Editores Portugueses, Carlos da Veiga Ferreira, chegou a dizer a certa altura que havia a chance de várias empresas "boicotarem" o acordo em Portugal, por acreditarem que as editoras brasileiras, especialmente no setor de livros didáticos, ganhariam espaço na África, mercado hoje dominado pelos portugueses. Com o avanço das discussões sobre a adoção do acordo ortográfico, os editores portugueses passaram a aceitar melhor a ideia, mas ainda esperam que haja um apoio governamental substancial para o financiamento da adaptação dos livros. A preocupação é compartilhada pelas editoras no Brasil

sábado, 7 de março de 2009

RESPOSTA AO LUCIVAM PINHO

Lucivam Pinho,
Obrigado pelo comentário e interesse no assunto da produção amapaense descrito nas postagens deste blog. A resposta é um pouquinho alongada, mas'vale a pena. Confira!
Um provável avanço da soja para áreas amazônicas representa uma ansiedade da atual política ambiental desenvolvida pelo governo federal, com grande peso depois de Minc sentar na cadeira ministerial do Meio Ambiente. Tanto que a palavra de ordem para a política do misnitério é fiscalizaçao para a Amazônia, através da contratação de mais de dois mil fiscais e técnicos ambientais, ainda utilização de equipamentos e tecnologias militares para o esquadrinhamento do território ameaçado pelo avanço da agricultura.
De fato, a questão apresentada no blog tem um caráter filosófico, que siginifica o hepicentro das principais discussões para o desenvolvimento regional. Se, ao desmatar, há condições para o desenvolvimento? Que desenvolvimento? Regional? Ambiental? Econômico?
É evidente que as respostas são as mais diversas possíveis, carregando a idéia, posicionamento e interesses de quem responde. Mas uma coisa não podemos negar: a inatividade econômica vicia as relações entre os atores sociais, econômicos e ambientais.
A soja tem representado, em muitos municípios do centro-oeste brasileiro, desenvolvimento econômico (nas contas agregadas dos estados), mas elevado índice de desmatamento e degradação ambiental, pelo uso extensivo das áreas de cultivo e pela pouca valorização dum planejamento adequado.
Parece que o Amapá está com as mão atadas pela legislaçao ambiental local, que teima no posicionamento reativo conservacionista, sem dar alternativas viáveis que a organização social local desenvolva atividades econômicas produtivas.
Talvez a soja não seja a escolha mais adequada para o desenvolvimento regonal do Amapá, mas seria uma boa opção em meio ao marasmo produtivo, que não é passageiro, mas permanente e infecta a cultura local do funcionalismo público e do fazejamento político.
Perecebe que a questão não pode ser analisada de forma direta? Alguns fatores não-econômicos estão intimamente relacionados com a questão. Para facilitar a resposta basta ecolher uma alternativa e racionalizar a sua execução. O que nos assusta na realidade amapaense é justamente isso: a falta de posicionamento e escolha!

RAPIDINHAS (07MAR2009)

Em maus lençóis!
Os auditores da Deloitte & Touche, em relatório enviado a SEC dos Estados Unidos (Securities and Exchange Commission, instituição como a Comissão de Valores Mobiliários aqui do Brasil), estão próximos de colocar a GM em cheque-mate, uma vez que estão em dúvidas sobre a sobrevivência da montadora devido a gigantescas perdas divulgadas desde 2007 e também pela falta de capital, mesmo com os socorros apresentados pelo Departamento do Tesouro do país. A empresa admitiu que, caso não consiga executar com excelência o Plano de Viabilidade apresentado ao Tesouro norte-americano, poderá requisitar ajuda na Lei de Falências dos Estados Unidos. Apenas por mencionar o termo falência, as ações da montadora despencaram mais de 14% nos pregões de Nova York. O termo assusta a todos, inclusive o mercado geral automobilístico.

Agora, uma vitrine
A Tele Norte Leste Participações, popularmente conhecida como Telemar, sofreu uma queda de aproximadamente 50% nos resultados comparando-se com 2007, ao anunciar um lucro líquido de R$ 1,15 bilhão no acumulado de 2008. Parece que evasão de assinantes, migrando da telefonia fixa para a tecnologia móvel. Mas a tendência de queda atingiu também a telefonia móvel.

Tem crise pra todo lado
A operadora Oi aparentemente sofreu com a crise no último trimestre de 2008, uma vez que o lucro líquido no período recuou 91%, com R$ 77 milhões, contra os R$ 882 milhões do mesmo período do ano passado. No resultado anual, a Oi atingiu um lucro líquido de R$ 1,154 bilhão, o que representa uma queda de 50,21%. Fora isto, a companhia anunciou a intenção de investir até R$ 6 bilhões, ainda em 2009, para captar cerca de 9 milhões de clientes à sua base.

Mudanças na matriz energética
O embaixador-chefe da Delegação da Comissão Europeia no Brasil, João José Soares Pacheco, disse hoje que a Europa não tem "a mínima ilusão de ser competitiva no setor de biodiesel. "Nosso interesse não é econômico, mas puramente ambiental", disse ele, destacando que segundo determinação do governo europeu, a partir de 2020, 10% de toda energia utilizada para transporte na região deverá ter origem renovável.

Tecnologia brasileira
Considerando a tecnologia centenária brasileira na produção do etanol (biocombustível), os europeus reconhecem a dependência atual do combustível e da tecnologia brasileiros. "A maior parte desta energia deverá vir de biocombustíveis, e nós sabemos disso", disse o embaixador Pacheco. Ainda foi destacada que o país vem buscando maneiras para produzir etanol de segunda geração. "Mas aí temos consciência de que se trata de um projeto para o longo prazo", ponderou.

Polêmica pros lados de lá
O embaixador-chefe destacou que o etanol é um assunto polêmico na Europa. "Há três anos o etanol era visto como uma alternativa sustentável e favorável ao meio-ambiente. De lá pra cá essa situação se inverteu, e a produção do biocombustível começou a ser vista como um risco para a oferta de alimentos no mundo e como efeito agravante para o efeito estufa", disse. "Já estou convencido de que isso não é verdade. Mas se trata de um embate difícil."

Barreira não-tarifárias
Como medida protecionista, em meio ao cenário caótico atual, várias imposições foram expostas para que o etanol brasileiro possa ser exportado para a Europa. "Queremos garantia de que o que o produto que estamos importando é produzido de maneira sustentável. Quanto a isso, ainda não há clareza do lado brasileiro", afirmou Pacheco. Eh uma medida que mostra o posicionamento egoísta dos países ricos, deixando ao encargo dos países em desenvolvimento os custos para a mudança da matriz energética.

Condiz com o discurso
Tal posicionamento foi bastante difundido no Encontro Internacional de Direito Ambiental na Amazônia em seu primeiro dia. Um economista, expositor do primeiro painel, alemão, defende que os custos devem ser direcionados para países como o Brasil, tendo a Europa como países investidores, “colaboradores” na produção mais consciente, de forma sustentável e ideal.

Logística
Questionado se a Europa está tomando iniciativas para facilitar a entrada do combustível no país, já que as companhias brasileiras sofrem com a falta de transporte adequado (como dutos) o que acaba encarecendo o preço do produto, Pacheco disse: "Nós anunciamos que em 2020 precisaremos de 10% de todo combustível usado na região, na forma de biocombustível, os interessados que se virem". Parece que, pelo menos no discurso, as respostas vêm à contento.

No Amapá
A tendência local acompanha os movimentos nacionais. A alteração gradativa na matriz energética, substituindo os combustíveis fósseis (derivados do petróleo) por combustíveis de origem vegetal (os biocombustíveis), mostra que o caminho pode ser considerado adequado. A entrada dos motores automobilísticos flex, que deixa o poder de escolha para o consumidor, parece contagiar o mercado, seja pela economia, seja pela questão ambiental. Os carros populares mais vendidos no Amapá observam a possibilidade do biocombustivel, ainda em fase de expansão no gosto do amapaense.

quinta-feira, 5 de março de 2009

RAPIDINHAS (04mar2009)...

Resultados corporativos
Pão de Açúcar registrou um lucro de R$ 102,3 milhões no último trimestre do ano passado, o que representou uma queda de 9,2% em relação ao mesmo período do ano retrasado. No resultado anual, porém, a empresa apresentou um lucro 41,6% maior que 2007, no modelo pró-forma. O Banco Sofisa divulgou uma alta de 41,9% em seu lucro anual, em comparação com 2007, mesmo com uma queda de 56,2% em seu lucro líquido no quarto trimestre do ano passado. Para fechar com chave de ouro, o HSBC no Brasil reportou um lucro recorde, ao marcar R$ 1,35 bilhão em lucros líquidos no ano de 2008, uma alta de 9% em comparação com 2007. Além disto, descarta a necessidade de demissões. Em comparação, o HSBC britânico divulgou ontem uma queda de 70% em seu lucro líquido (US$ 5,73 bilhões em 2008) e a demissão de 6.100 funcionários.

Declaração IR 2008
O prazo para declarar o Imposto de Renda ano base 2008, em relação aos rendimentos do ano passado, começou na última segunda-feira, dia 02 de fevereiro, e os aposentados que receberam atrasados (diferenças não pagas pelo INSS nos últimos cinco anos) de ação de revisão ou concessão de benefícios relativos ao ano passado devem ficar atentos. Algumas pessoas terão de pagar mais imposto, outros receberão restituição.

Aviso aos pensionistas
No ano passado, 531.982 segurados receberam atrasados em forma de RPVs (requisições de pequeno valor), com valor de até 60 salários mínimos. Se a soma dos atrasados com a aposentadoria recebida em 2008 ultrapassar o valor de R$ 16.473,72, limite de isenção de Imposto de Renda no ano passado, o aposentado terá de pagar mais imposto, além dos 3% que são retidos na fonte. Contudo, se a soma dos atrasados e dos rendimentos ficarem abaixo de R$ 16. 473,72, o aposentado deve declarar o IR deste ano para ter de volta os 3% descontados na hora do pagamento.

Pessimismo para o Brasil
Com os olhos limpos de qualquer visão apaixonada, estudos estrangeiros mostram tendência lógica para o mercado brasileiro em 2009. Segundo a Unidade de Inteligência do The Economist, esforços das autoridades financeiras do Brasil, cortes de juros pelo Copom, ou medidas do Congresso brasileiro serão em vão: o PIB no Brasil irá sofrer uma retração de 0,5% em 2009. Além disto, o Merrill Lynch (atual Bank of América) revisou de 0,1% para 0,4% a queda no PIB mundial em 2009, o que não irá contribuir para a saúde econômica da América Latina em geral. O pessimismo parece acabar apenas em 2010, onde o The Economist mostra uma previsão de 3,2% para o crescimento do PIB no Brasil, mas pede atenção para as eleições em outubro. De certa forma, a torcida dos gringos é contra nossos resultados positivos. Se os mais “fortes” entram em recessão, porque não os mais “fracos”. Sem deixar de considerar os países desenvolvidos como os mais protecionistas.

Calmaria antes da tormenta
Após um dia muito agitado, o investidor pôde tomar um fôlego ontem, terça-feira (03/03), pela cadência prevista para a agenda do investidor. No Brasil, apenas a divulgação do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), medido pela FIPE. Nos Estados Unidos, os investidores conheceram, através do Pending Home Sales, o número de venda de casas existentes, porém com transação pendente. Mesmo com uma agenda para os negócios futuros de ontem, muita atenção para o Livro Bege (Beige Book), relatório que será divulgado hoje pelo Federal Reserve. Os impactos no andamento dos números nas bolsas mundiais costumam interagir com o relatório do FED. A tal cadeia que sente uma micro-onda como um tsunami no mercado financeiro de qualquer país, ou uma pororoca para os rumos do Amapá.

Realmente, o mar não está para peixes
A montadora japonesa Toyota informou ontem, terça-feira (03/03), que suas vendas nos Estados Unidos tiveram uma queda de 39,8% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 109.583 unidades. Em fevereiro de 2008 foram vendidas 182.169 unidades. Segundo a empresa, as vendas de carros caíram 36,3%, para 64.956 unidades. Já as vendas de caminhões leves tiveram queda de 44,4%, para 44,627 unidades. A montadora pediu financiamento (empréstimo) de US$ 2 bi para uma instituição financeira japonesa. Parece que os resultados da marca não andam muito bem, nem mesmo na economia interna.

Para todos
Os respingos a crise, que diria ser de confiança, não apenas financeira, são aparentes onde que analisemos. Nos Estados Unidos da America a Ford Motor já divulgou suas vendas nos nacionais, com um resultado inferior ao da rival japonesa (Toyota): foram vendidas 96.044 unidades no mês passado, contra 192.248 no mesmo mês em 2008. A queda foi de 48%, mostrando uma alteração super relevante no consumo dos norte-americanos. Com um bem que representa muito mais que a utilidade, o carros, também sinônimo de status, é uma das paixões do consumismo naquele país, um indicativo da queda na demanda do mercado nacional de forma generalizada. Todos acabam pagando o preço!

Uma mão sustenta a outra
Em tempos de crise até o ditado popular se adéqua às principais necessidades empresariais, surpreendendo o mercado e suas regras autônomas de auto-sustentação. É que os fornecedores de grandes empresas, diante das alterações na regras do jogo, ficam impossibilitados em continuar a prestação dos serviços, pelo peso da alta nos preços e na retração do crédito. Mas uma saída improvável aparece nas empresas nacionais, como medida para conter as demissões em cadeia decrescente nas empresas fornecedoras e manter o nível programado de operação. A Vale, Nestlé, Petrobras, O Boticário, Vivo, Xerox e Unilever estão entre as principais empresas que adotam políticas de facilitação dos negócios com os fornecedores. Somente a Vale, a Petrobras e O Boticário contam com mais de 19 mil fornecedores. Mas não se compraram à Nestlé, com mais de 44 mil fornecedores, que abre uma linha de credito exclusiva aos parceiros, são mais de US$ 40 milhoes aos fornecedores em situação crítica.

RAPIDINHAS...

Resultados corporativos
Não tem “bom” para a crise financeira mundial. O quarto trimestre de 2008 não trouxe bons resultados nem para o multimilionário Warren Buffett que, através da popular Berkshire Hathaway, registrou uma queda de 96% em seu lucro líquido no período. No resultado anual, a principal empresa de Buffett acumulou um lucro de aproximadamente US$ 5 bilhões, o que representa uma queda de 62% em relação a 2007. São números tão absurdamente enormes que nem parecem reais. Mesmo com a queda no lucro, ainda aferiu-se, pelo menos, US$ 5 bi em 2008. É muito dinheiro positivo em caixa!

Lucra, mas lucra menos
Diferente das maiorias das micro-empresas nacionais, que nem chegam a lucrar, o maior banco britânico, o HSBC, também demonstrou impactos com a recessão global, uma vez que o balanço de 2008 registrou uma queda de 70% em seu lucro líquido, captando em torno de US$ 5,73 bilhões no ano. Junto a isto, o banco fará uma demissão em massa de 6.100 funcionários após anunciar o fechamento de 800 agências nos Estados Unidos. Parece meio contraditório... com um lucro bilionário, as instituições financeiras continuam cortando despesas e demitindo pessoal. Nenhum sacrifício corporativo é observado em momentos de crise, mas as famílias e o governo que arregacem as mangas para trabalho extra. É, o neoliberalismo tem dessas!

Na Embraer...
No início de dezembro de 2008, novas e negativas perspectivas quanto às vendas da Embraer são traçadas e seguidas com boatos de demissões em massa que poderiam atingir cerca de 4.000 postos de trabalho. Os boatos são negados pela própria empresa, onde afirma que mesmo com menores previsões de vendas para 2009, não haverá demissões em massa. Ao longo do mês, o Sindicato dos Metalúrgicos se reúne com a companhia e é divulgado que a partir de janeiro de 2009, há probabilidade para uma demissão em massa. Nada acontece em janeiro, porém dia 20 de fevereiro, a Embraer anuncia uma demissão de 4.270 funcionários, tal medida surpreende e irrita o presidente Lula. Indignado, Lula decide marcar uma reunião com diretores da companhia, na qual a companhia reforçou a necessidade das demissões. Parece que o estado nacional brasileiro, já agigantado, quer ser maior ainda, mas os limites são constitucionais, atando as mãos do governo.

Afinal... demite ou não?
Na sexta-feira passada (27/02), o Tribunal Regional do Trabalho de Campinas anulou por uma semana as demissões e marcou uma audiência para conciliação entre a empresa e os sindicatos que se opõem a esta medida. Segundo os sindicatos, a Embraer registrou lucro nos anos passados e poderia ter optado por outras medidas antes do corte dos postos de trabalho. Além disto, o desembargador Luís Cândido Martins Sotero da Silva, presidente do TRT, concluiu que a empresa só poderia ter realizado uma demissão deste patamar após negociar com os sindicatos. Na noite do mesmo dia, a Embraer anunciou que irá entrar com um recurso junto ao TRT para revogar esta liminar. Historia para inglês ver! São as mediadas tomadas pelo governo central e outro poderes, mas a decisão é estritamente corporativa. O ordenamento dos fatores produtivos, posto como está, garante as demissões! Será que é hora se rever o modo de produção? Dificílimo!

Mais informação para o consumo
O Banco Central ampliou as informações sobre o ranking das taxas médias de juros disponíveis para consulta em sua pagina da internete. Desde ontem, segunda-feira (02), é possível consultar o histórico das taxas, por data de publicação e modalidade. A série disponível tem início no último dia 5 de fevereiro, data em que o Banco Central alterou a forma de divulgação das taxas. Segundo o BC, antes da mudança a forma de divulgação das taxas era mais extensa e complicada para o público em geral. A página foi reorganizada de modo que o interessado possa identificar rapidamente a composição de juros dos serviços ou aplicações que procura, e com isso calcular também o spread médio fixado por cada instituição e fazer sua escolha.

Quem ganha?
Apontado como maior responsável pelo encarecimento do crédito, o spread é a parte variável entre o que os bancos pagam na captação de recursos e o que cobram na concessão do empréstimo, aí incluídos impostos e a margem de ganho das instituições financeiras, responsáveis pelo elevado aumento dos juros finais ao tomador, de acordo com justificativa dos bancos. Com isso o consumidor, ou tomador de empréstimo, sai com uma vantagem, em relação à sua posição anterior, podendo conferir as vantagens do credito dos bancos e a comparação é viável. São as leis do mercado, como sempre foram, agora alcançando as instituições financeiras, que guardam a sete chaves a informação do spread (lucro da operação de crédito). Então, a pesquisa e fundamental e mais uma ferramenta para a escolha adequada dos parceiros é posta à disposição pelo Banco Central.

Mais uma usina
O potencial energético nacional, pelas oportunidades de se construir uma tecnologia “limpa” (desconsiderados os impactos duma inundação) dá mais um passo. A estatal Eletrobrás entregou na última sexta-feira ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) o estudo e o relatório de impacto ambiental (EIA/Rima) do projeto da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. A entrega da documentação significa, na prática, que a Eletrobrás solicitou oficialmente a emissão da licença ambiental prévia da usina. A apresentação dos estudos ambientais ocorreu dentro do cronograma elaborado pelo governo para Belo Monte. No balanço de dois anos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), constava que o EIA/Rima da usina estaria no Ibama até o fim de fevereiro.

Burocracias à parte...

A organização da administração pública nacional burocrata desde a concepção, através do Ibama, tem agora prazo de 180 dias para concluir a análise e emitir, ou não, a licença prévia que atesta a viabilidade ambiental do projeto. Pela atual legislação que rege o setor elétrico, o governo precisa da licença prévia para levar um projeto a leilão. A intenção do Ministério de Minas e Energia é de licitar a concessão de Belo Monte até setembro deste ano. Com potência total estimada em 11.181 megawatts (MW), a hidrelétrica do Rio Xingu é o mais ambicioso projeto de energia elétrica do PAC.

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