Essas evidências são constatadas pela permanência de algumas pessoas e pela dificuldade de modificar o processo de gestão do Estado. Pessoas que vêm influindo nas decisões de todos os governos desde a época do governador Barcellos, passando pelo governo Capiberibe, evidenciando-se no governo Waldez e influenciando no governo Pedro Paulo.
São figuras que nos momentos de mudanças, principalmente, recolhem-se para uma espécie de carapaça e, depois, lentamente, vêm botando a cabeça para fora para, mais tarde, está com toda a sua fantasia desfilando pelas passarelas do Poder.
Habitam o chamado lado invisível do Governo. Aquele ao qual nem o governador tem acesso ou, quando o tem, vê um pântano esfumaçado, cheios de figuras mal formadas e sem qualquer perspectiva de saída. Um ambiente inexpugnável.
Do lado de fora, o povo não tem qualquer explicação para o “fenômeno”, muito embora saiba que é ele que paga todas as despesas para que esse lado invisível do Governo seja mantido sob proteção e nas condições de invisibilidade.
Que tal valer-se da estratégia de Odisseu, aquele guerreiro grego, do povo aqueu, que preparou o Cavalo de Tróia e passou para o lado invisível da Cidade de Tróia e destruindo tudo e vencendo a Guerra de Tróia.
Mas tudo isso não aconteceu em um estalar de dedos, foram precisos 10 anos de muita luta e de muito estudo. A resistência dos soldados defensores do lado invisível era muito forte, eles estavam preparados para o sítio intenso a que estavam submetidos e apostavam no cansaço dos guerreiros atacantes para, mais uma vez, vencerem a batalha.
A estratégia de Odisseu, construindo um grande cavalo de madeira e colocando dentro dele, muitos soldados, só foi aceita depois da perda de heróis gregos reconhecidos como Heitor e Aquiles. Inclusive Aquiles é aquele mesmo que só tinha um ponto vulnerável – o calcanhar.
Os troianos precisaram ser enganados com a utilização de uma de suas próprias fraquezas – o regozijo. Eles gostavam de serem considerados imbatíveis, superiores e invencíveis e aceitavam prêmios por isso. Acreditavam cegamente na estratégia que usavam e comemoravam, dias a fio, a cada vitória. Exatamente como no lado invisível do Governo.
Tinha certeza que eram inalcançáveis e inatingíveis!
Mas Odisseu, depois de estudar e projetar todas as possibilidades se valeu da estratégia do Cavalo de Tróia, que oferecera como presente, fustigando o orgulho dos troianos e dizendo que o presente era um sinal claro de paz e de que se retirariam, suspendendo o cerco sobre a cidade que já durava algum tempo.
O Cavalo de Tróia foi levado para dentro dos muros da cidade, os soldados troianos festejaram e se embebedaram e quando estavam dormindo, cansados das festas, os gregos saíram do cavalo, abriram os portões para que os outros guerreiros entrassem e acabassem com o lado invisível de Tróia.
Que tal uma invasão ao lado invisível do governo se valendo da estratégia de Odisseu e de um Cavalo de Tróia moderno, dos anos 2010?
Quem sabe se com essa medida não evitaríamos a morte de nossos “heitores” e “aquiles” e ainda recuperaríamos a honra dos nossos “menelaus”?