terça-feira, 22 de novembro de 2016

A Baía de Guanabara e sua jornada diária!

O dia que cruzei a Baía de Guanabara de três formas diferentes começou de uma forma típica. Correria para ajustar tudo antes de sair, uma breve oração de gratidão pelo dia que se inicia, checar a agenda mais uma vez, verificar os saldos bancários. Abrir a porta de casa para o Netinho (nosso cachorrinho sem raça definida) e brincar um pouquinho com ele - coisa que ninguém vê. Preparar o café (muito elogiado pela minha esposa, não sei se é uma estratégia para que continue coando café pela manhã e conectar as pontes beirais da forma correta). Mais uma, ou duas vezes no espelho para ajeitar o penteado (como se fosse resolver alguma coisa). 

Uma caminhada de cerca de 600 metros de casa até uma alameda bem movimentada, com passagens de diversas linhas de ônibus para várias partes do Rio de Janeiro. A que me serviu foi uma que me direcionou as linhas de metrô. Sempre procuro chegar até a Central do Brasil e tomar o metrô até A estação General Osório. Lá, dando graças a Deus pela operação da linha 4, sigo até a estação oceânica, no comecinho da avenida das Américas, ianna Barra da Tijuca. Não termina aí. Integração com BRT para seguir até o número 3555, no Barra Square, um shoppingzinho bem aconchegante onde cachorros de todos os tamanhos são permitidos. 

A primeira passagem sobre a Baía de Guanabara se dilui nessa jornada diária ao trabalho. Mas seus encontros nunca passam despercebidos. As gaivotas buscando ventos ascendentes e cruzando na frente dos ônibus. Embarcações gigantescas dividem espaços com embarcações de um pescador só. Ambas reduzidas pela distância e altura da ponte Rio-Niterói. Uma passagem de transporte terrestre e suas pequenas belezas cotidianas. 

A volta foi bem parecida. Um. Aninho reverso e ainda mais corrido. A hora do voo estava próxima, mas a mala ainda por fazer (senão não seria eu) demandava atenção concorrente com meus filhos. Sim, mesmo adolescentes ainda carecem de uma despedida própria. Como sei? Ambos mandaram mensagem. O WhatsApp pergunto se já estava em outra cidade e querendo entender se ainda voltaria em casa. Sim, meus filhos! Voltaria e daria um cheiro e um beijo em cada um como despedida e um "até logo".

Mais uma pequena correria. Almoço as 18 horas, graças à atenção de minha amada esposa que carinhosamente perguntou se gostaria de comer uma "crepioca" (quase o corretor não me deixa escrever o nome do prato. Do portão de casa senti o cheiro do prato fora de hora preparado especialmente pra mim. A grande diferença entre uma casa e um lar. Senti-me acolhido, mesmo que por pouquíssimos minutos, muitos menos do que realmente gostaria. 

Arruma mala, confere o trabalho a ser apresentado. Junto os equipamentos indispensáveis. Parece estar tudo pronto. Só o tempo que não espera! Desfrutar o presente é tão difícil. Ou estamos pensando no passado, ou focando no futuro... sempre que posso repito uma lição ao meus filhos: "vivam com intensidade a vida de vocês; curtam seus colegas da escola, seus professores, até os condutores do coletivo; desfrutem de suas lições, de seus livros, de seus pais, de seu programa de TV favorito; prepare-se para seu futuro, mas viva seu presente, sem esquecer das lições aprendidas no passado!"

Mais uma caminhada até o ponto de ônibus. Sem deixar de parar com a vizinha e lhe desejar uma boa semana! Daquelas senhorinhas que um oi não pode ser dado em menos de dois dedos de prosa. Mais alguns minutos com ela, minutos preciosos a menos para chegar até o aeroporto. Sim, os aviões não esperam. Aprendi da pior forma possível. Cronometrando o trajeto, estimava pegar a balsa das 19h em direção ao centro da Cidade Maravilhosa. Mas Dn. Helena não estava nem aí pra isso. 

Peguei a barca das 19:20h. Não adiantava apressar o comandante da embarcação. A travessia de balsa também tem seus encantos (e suas regras bem definidas). Nada menos que 17 minutos, nem a mais que 22 minutos. Sempre nesse intervalo a barca cruza a Baía de Guanabara entre a praça Arariboia (em Niterói) e a praça VX, no centro do Rio. Dia atípico, festivo, mas calmo no feriado em Niterói. Corri para passar na catraca da barca das 19:20h, com bagagem e tudo, pois corria o risco real de só embarcar na próxima e perder o embarque no aeroporto Santos Dumont. 

Vento frio antenado pela proa 2, menos de 50 passageiros, lugares sobrando! Estranho clima nostálgico para um dia de semana. No sentido praça XV para Arariboia, aquela "manada" costumeira. Centenas de pessoas. Uma verdadeira procissão, da qual habituei-me de uma forma absurdamente rápida e natural. Estranhava demais logo que cheguei do Norte. 

Caminhada de cerca de 10 a 15 minutos ao aeroporto Santos Dumond. Voo para longe dali estava marcado para as 20:45h. Ufa! Deus tempo! Nem parceria que passará o dia naquela correria. Atendendo clientes na Zona Oeste, morando em Niterói e partindo com voo do centro. E toda essa saga de coletivo. Ônibus, metrô, BRT, barca, avião e canela. Muita canela! Agora entendo os livros infantis com o "pernas pra que te quero". 

Sim, deu tudo certo no "frigir dos ovos". E lá vamos nós, decolando, deixando de tocar o solo do Rio de Janeiro e, mais uma vez, cruzando a Baía de Guanabara. Dessa vez a luzes amarelas dos carros e da ponte, da área costeira da zona urbana, contrastavam com a noite que já caíra. A quarta vez que cruzava a Baía de Guanabara encerraria meu dia ali. Mas como um "até logo", olhei sobre o ombro sua silhueta diminuindo e se afastando de mim. 

Logo estarei de volta, e quantas vezes mais cruzarei essa baía? Quantas vezes mais terei a benção de ir e vir? Encontrar clientes e amigos, estudar e trabalhar, retornar para casa, melhor: para o lar! Quantas surpresas rotineiras poderei gozar nessa vista, mesmo ainda poluída, mas graciosa?! 

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

"Nenhuma ideia vale uma vida"

http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/11/jovem-foi-perseguido-antes-de-ser-morto-tiros-pelo-pai-diz-delegado.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1

Afinal, anarquia com limites dentro dos portões de casa não seria anarquia... esse parece ser mais um desserviço social que a esquerda sem compromisso provoca.

Histórico familiar conflituoso, psicopatia do pai, arma em casa. Tudo isso construiu esse cenário, mas o pano de fundo continua sendo "esquerda X direita". 

Debaixo do mesmo teto, visões antagônicas assim, com contatos imediatos e constantes, ocasionou a faísca dentro de um barril de pólvoras. 

O respeito ao núcleo familiar não está no esquema ideológico de alguns esquerdopatas. Temos que tomar muito cuidado com o avanço desse perfil. Afinal, não somos de chocadeira! Nem nossos filhos e netos serão. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Corrupção. Um evidente mal social!

Professor Leandro Karnal percebe corrupção como um mal social. E muitas pessoas usam esse percepção de forma viciada! 


De fato, todos querem que o outro seja honesto e absorva as obrigações de suas escolhas. E cobram isso! E essa cobrança não está errada! 

Mas muitos não estão dispostos a arcar com a escolha correta! Estão de olho nas vantagens pessoais que porventura consigam sobre outros ou sobre a coletividade. 

Minha esperança está na observação de gradações presentes no comportamento corrupto. Em algumas regiões, umas regras funcionam melhor. 

Aqui no Estado do Rio de Janeiro, por exemplo: as regras de trânsito (inclusive a cortesia) são melhor percebidas em Niterói que em São Gonçalo. São cidades congruentes, conurbadas, mas o comportamento no trânsito muda radicalmente.

Assim como na representação político-partidária. Já vivi por dentro de alguns partidos. Percebi gradações do comportamento corrupto. 

Então, minha esperança está justamente na possibilidade de amplificação do comportamento positivo, republicano, com vistas ao bem coletivo.

Lógico que o PT não carrega consigo a plenitude do comportamento corrupto do Brasil. Mas qualquer caminho que puna esse comportamento corrupto nos leva para um cenário menos daninho. 

Que o PMDB reveja suas práticas, pois esteve em conluio com o comportamento corrupto de parte do PT por muito anos!  

É mais que votar! A participação de agentes sociais bem intencionados no processo de produção de políticas públicas e vigilância das ações dos gestores é fundamental para uma democracia mais robusta, mais experiente!


terça-feira, 9 de agosto de 2016

A MANOBRA PERFEITA!

Outro dia estive na pista de skate perto de casa. Não, não tenho skate e nem sei as manobras básicas desse esporte que estará nas olimpíadas de Tóquio em 2020. 


Era um dia atípico. Precisa sair pra pensar um pouco. Sentei-me ali, num banco pertinho da pista. Estava de frente com um obstáculo específico: na altura do banco, feito de concreto com o canto protegido por chapa de metal.

Não pude deixar de perceber um rapaz tentando executar uma manobra específica nesse aparelho. Hoje sei que tentava um "nose grind" (entendedores entenderão). 


Não pude deixar de contar suas tentativas frustadas, seguidas de seus esbravejos! E os risos entredentes de uma moça que gravava toda a sequência,  para capturar tal manobra e feito do rapaz.

Contei 27 tentativas frustadas. Umas quase perfeitas, o que aparentemente lhe motivava a continuar, mas faltava detalhes para o sucesso. Outras bem distantes disso. Bem ruim mesmo!

Até que a 28ª, "voilà"! Um nose grind perfeito! Deslizou os trucks da frente, junto com leve toque do nose do shape até o fim do obstáculo. 

"Gravou?! Gravou?!" Perguntou eufórico para sua auxiliar. 

"Puts! Perdi!" Respondeu a mocinha sem jeito por ter deixado passar justamente "a boa"!

Depois de mais algumas boas tentativas, conseguiu capturar a manobra. 

Fiquei feliz por ele, gratuitamente! Via seu semblante todas as vezes que tentava e não conseguia. Agora, logo depois do sucesso gravado em vídeo, via quão irradiante ele estava! 

Sabe, muitas vezes encontramos obstáculos desafiadores em nosso cotidiano. Às vezes nos frustramos nas primeiras tentativas. "Muitos sequer tentam tal proeza!", você se repete já querendo se distanciar daqueles quer escolhem o ócio cômodo e que pouco constrói. 

Mas o que pode, de fato, separar os medíocres dos realizadores? 

Tenho certeza que o rapaz não postou no Facebook ou Instagram as tentativas frustadas! Suas caretas de raiva e cansaço! Nem os palavrões! Postou a manobra perfeita que executou!

Assim, nas redes sociais, vemos apenas janelas diminutas do sucesso de alguém! Mas não vemos o quanto se esforçou para chegar ali. 

Pode ser uma manobra de skate, uma viagem ao exterior, uma festa de graduação. Há sempre muito mais esforço nos bastidores de uma foto ou vídeo do que aquilo que vemos ou assistimos.

Todos queremos desfrutar da "manobra perfeita", mas será que estamos dispostos a CONQUISTÁ-LA? 

Suor, horas de estudo e dedicação, abnegação, às vezes o próprio sangue! São coisas que não aparecem na foto!

domingo, 17 de abril de 2016

Quem tem culhões, afinal?

Quer dizer que aquele que não é revolucionário é alienado e sem culhões?! 

Aquele que não se posiciona em favor de uma marcha socialista aguda leu pouco?

Aquele que usa argumentos reformistas não tem seus motivos lógicos nem conhecimento suficiente?

Aquele que, mesmo percebendo o materialismo histórico, elege ocupação gradativa de espaços democráticos pode ser estereotipado como "fraco e ignorante"?

Esse antagonismo preconizado por movimentos revolucionários parece ser mais adestrador que esclarecedor, mas nem por isso devem ser diminuídos em suas compreensões! 

Essa necessidade vã de entrincheiramento cega ambos os lados de um debate. Ou seja, não há debate quando não há prática de empatia e a concepção da mera possibilidade de compreender a formação do raciocínio "do outro".

Presumir que falta leitura aos não aderentes a uma revolução é presumir a existência de uma única verdade aceitável! É partir para um debate apaixonado. Melhor seria se trancar com seus iguais e gritar palavras que certamente seriam aplaudidas! 

Isso não constrói nada de novo para uma sociedade real! Talvez para uma sociedade utópica, mas sem conexão tácita, nem gradativamente factual.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Que se danem da política!

Como o pastor nos ensinando sobre "pecadinho" e "pecadão"...


Quem não quer ver, que nem olhe! Pois olhar de forma seletiva é pior que fingir não ver! 

Que se danem da política figuras como peéssedebistas, petistas, peêmedebistas, lulistas, cunhistas, aéciozistas... 

Quando passarmos a defender realmente a democracia e nossa república importada, não veremos mais a corte e seus bobos!

quinta-feira, 17 de março de 2016

Que Golpe?

Assisti, exercitando ao máximo o desprendimento de preconceitos, ao vídeo do link abaixo e tive que escrever, rapidamente este post.




A destituição do poder de um "líder" não é exclusividade de um golpe!

A democracia cria e mantém instrumentos de controle contra medidas autoritárias e autocráticas.

A soberania da voto parte do pressuposto de igualdade de concorrência entre candidatos.

Aqueles que se valem do poder (econômico-político) e burlam a regra do jogo para garantir voto não podem receber a chancela da democracia!

No máximo, fazendo um esforço empático máximo, percebo um "golpe" sobre outro golpe!

As "meias verdades" e mentiras desmedidas propagadas para auferir leve maioria dos votos válidos, garantidos por soma de recursos públicos (não somente dinheiro), caracterizam golpe muito mais evidente que o uso de instituições republicanas!

Esta manifestação também é apartidária e gratuita, com a melhor das intenções democráticas! 

quinta-feira, 10 de março de 2016

Golpe? Massa de manobra?


Não vejo atropelo da democracia. Vejo as instituições republicanas aplicando um rigor (talvez forte demais) nas avaliações e persecuções da culpabilidade de condutas criminosas de alguns indivíduos. 

Infelizmente isso atrapalha o bom andamento administrativo de qualquer que seja o governo... Mas não podemos partir do pressuposto que não podemos promover ações penais contra os governantes para não atrapalhar a gestão... Isso "protegeria" o mandatário e demonstraria conduta permissiva das instituições.

Não percebo que essa manobra institucional seja uma forma de golpe, mesmo sabendo que pessoas podem usar as instituições democraticamente constituídas de forma viciada, aplicando interesses político-partidários. Mas os argumentos são fortes, os indícios múltiplos e robustos. Dia em quem doer, esses fatos não estão sendo criados, mas investigados!

Nenhum! Rigorosamente, nenhum indivíduo de nossa sociedade está acima da lei! Assim, deve subjugar-se a ela! E aquele que se revolta à aplicação e garantia de aplicação das leis o deveria fazer utilizando as instituições republicanas existentes ou, em última análise, promover novas instituições.

Mas o uso de um discurso descolado da verdade, utilizando "justificativas" de políticas sociais anteriores, como se todos nós, brasileiros de verdade, tivéssemos que pactuar com condutas políticas espúrias para que tais objetivos fossem alcançados!

Ainda, utilizar as pessoa, sensibilizaras com esse discurso social progressista, também é compor massa de manobra. Essa por massa, por sua vez, não se identifica como tal, mas atribui aos de pensamento diverso do seu a condição de sub-análise da vida social.

A grande mídia faz uso de suas funções para direcionar o pensamento, que não é, de fato, livre. Tem condicionantes evidentes com cores partidárias, factoides, meias-verdades, mentiras descaradas, e outros limitadores ou expansores da análise.

Aderir ou não a um movimento social não pode ser diminuído em suas motivações. Não deve ser subjugado em suas ações e objetivos. Não deve ser negada a sua validade, sob pena de ganhar maior representatividade ronque originalmente teria. Isso ocorre pois a postura dos mandatários define a adesão de maior ou menor número de pessoas.

Negar um problema é o primeiro passo para a ruína. Reconhecê-lo é apenas o primeiro passo para construir a solução. 

Passamos por um problema evidente, seja qual for nosso posicionamento. A polarização ou entrincheiramento do povo só vai causar maiores problemas, afastando a possibilidade de solução. 

Agora, dizer que não se pode tirar alguém do poder por ter alcançado maioria dos votos, mesmo tendo acessado tais votos compondo um cenário futuro fictício e improvável (mentindo de forma consciente), é não acreditar que nosso sistema político não tenha condições de fazer gestão do caminho da república.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Pode tudo pra fazer uma venda?

Naquela certeza de estar fazendo um bom negócio, chegando ao caixa: pah...

"Senhor... Seu pedido: R$ XX,XX" (15% mais caro do que o anúncio de gôndola confirmado pela vendedora)

Aí vem aquela cara de taxo do cliente. Levo, por conta do produto ser de meu interesse e já ter investido tempo e expectativas na compra? Ou deixo o produto depois de identificar a má fé na transação comercial?

Reclamei! Minha esposa e filho ficaram sem jeito, mas tive que apontar a falha! Disse que estavam transgredindo o código do consumidor e estavam passíveis de multa, por exemplo.

O funcionário do caixa não queria ou não conseguia entender a reclamação. Não propôs uma alternativa a não ser não realizar a compra, com um ar de altivez que tentava subestimar a relação de consumo. 

Acabei comprando, pela expectativa de meu filho no produto, mas deixo minha manifestação de insatisfação aqui, não somente contra uma loja ou marca específica, mas a toda forma de negligência e má fé imposta por grandes marcas ao consumo dos brasileiros!

Pretendo levar o caso às esferas fiscais e administrativas, caso não seja movida uma palha (como de costume), ajuizarei ação de dano material e dano moral, mesmo sendo contra ativação do judiciário em questões que deveriam ser mediadas antes de criar mais uma celeuma jurídica e ocupando os já enfadados funcionários do judiciário, simplesmente porque a coisa não é feita de forma respeitosa aos direitos dos indivíduos e a regra do jogo comercial.

Imagem capturada no dia da compra

Niterói/RJ, 02 de março de 2016 (18:00)

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