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PRECISAMOS VOLTAR A GOSTAR DE MACAPÁ

Por Rodolfo Juarez


Já faz algum tempo que o processo de crescimento de cidade de Macapá passa, sem ser observado pelos gestores que estão de plantão na Prefeitura Municipal. Há um descuido generalizado com a engenharia urbana, com os processos que estão definindo a forma da cidade que cresce desordenadamente, sem que seja colocada qualquer diretriz imaginando Macapá com um milhão ou mais de habitantes, com 250 mil carros e com, 25 mil motocicletas e 10 mil bicicletas.

Dá a impressão que ninguém está se importando com o futuro de uma cidade que tinha tudo para ser um modelo de ocupação do solo e um exemplo de acessibilidade onde os moradores não teriam o que reclamar.

Nem mesmo a desaceleração no crescimento populacional, quando comparado com as décadas imediatamente anteriores, não serviu para que a oportunidade fosse aproveitada, os planos fossem feitos e a cidade tomasse um novo rumo.

Pode ser Macapá, entre as 26 capitais de estados brasileiros, aquela em que a população encontra maior dificuldade para acessar às informações urbanas tão necessárias para orientar o desenvolvimento da cidade sem agressão às áreas de ressaca e zelo pelo que já está pronto na cidade.

Um sistema viário que não teve o seu prolongamento planejado. Foi levado conforme necessidade dos moradores que se embrenhavam, cidade a fora, em busca de locais para morar, não se importando se ficavam longe do sistema de transporte coletivo, do local de trabalho ou do centro comercial.

Esse sistema viário que um dia foi hierarquizado, com definições de vias principais, secundárias e locais, conforme se pretendiam atender as zonas bem definidas para moradia, comércio e instituições públicas, formando um sistema harmônico, com pistas de rolamento bem definidas e tratadas para que não dificultasse o deslocamento dos condutores de carros, motocicletas e bicicletas.

Zonas de ocupação obedientes a um plano onde houvesse um alinhamento técnico e que definia claramente, as zonas de moradias, com padrões compostos, isto é, não deixando que os pobres fossem “expulsos” para as periferias e dando-lhes condições para socializar a população a partir da moradia.

O transporte coletivo urbano foi sempre adequado aos interesses da população e não aos interesses das empresas, com a prefeitura tendo o controle técnico, político e administrativo, propiciando um desenvolvimento harmônico que atendia bem melhor a população do que agora, com abrigos decentes e com indicações seguras de como crescia a cidade.

Hoje a cidade está sem uma gestão urbana, engolida que foi pelos interesses políticos que afastaram os técnicos das linhas de estudo que tinham elaborado como parte dos planos diretores e dos próprios planos de desenvolvimento urbano, ocupação do solo e acessibilidade urbana, provocando uma desarrumação que é sentida por todos e aproveitada pelos oportunistas que sempre se escalam quando o assunto é “levar vantagem”.

Os que gostam de Macapá precisam reagir e buscar condições para reorganizar a cidade, que recebe o vento de frente por estar no lado esquerdo da foz do Rio Amazonas, que sempre esteve disposto a contribuir com a melhoria da qualidade de vida do povo daqui.

Precisamos voltar a planejar a cidade para saber se o que estamos deixando que façam com ela ainda tem jeito.

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