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Um planejamento "moderno"

Modernização Autoritária: ou Política Janarista no Amapá

As informações abaixo foram considerações realizadas na aula de Mestrado em Desenvolvimento Regional da UNIFAP, no dia 13nov2013, sobre a Formação Socioeconômica do Amapá 
 


Pós-contestado (considerações)
- antes de 1943, grande parte do Amapá era considerada “terra de ninguém”
- o Estado era fraco, onde nem França, nem Brasil exerciam o poder soberano
- formação e manutenção de sociabilidades com bases no comunitarismo e no mandonismo (coronelismo, com o poder encarnado na figura de um líder capital, grandes pecuaristas, comerciante ou latifundiário), estabelecidos através de poder local


Planejamento (não participativo, mas autoritário)
- fortalecimento do poder central através da institucionalização de temas (ministério da saúde, IBGE, etc)
- aparelhamento estatal por meio da institucionalização das áreas de atendimento e da federalização de espaços de fronteira (territórios)
- replica políticas centrais nas regiões e nos estados
- a questão dos interventores como instrumento clubista e restritivo de poder

Estado Forte (a partir de 1944 – Governo Territorial)
- combate às formas comunitárias de vivência ou sobrevivência, bem como o mandonismo
- destruição das sociabilidades locais, pois significavam “atraso”
- a intenção era o fortalecimento do Estado que, no discurso, bravata ter o poder absoluto, mas sucumbe diante da ligação social na rede local (nos estudos de Paulo Cambraia e Sidney Lobato)
- nos entendimentos dos autores, a própria sociedade boicota a proposta estatal para o desenvolvimento, uma vez que não se identifica em tal proposta
- a modernização dos espaços na Amazônia pode ser significado pela urbanização, como “esforço do homem para domar a natureza”
- “o tempo da barbárie é quando o homem se sujeita à natureza” (uma crítica)
- o tempo e o espaço deixam de ser variáveis naturais (marés, colheita, etc) para satisfazerem necessidades humanas (o relógio, a produção, etc)
- a cidade passa a significar o triunfo do homem sobre natureza (modernização)

Iconização (quando se associa a imagem a algo)
- Praça Barão do Rio Branco passa a ser símbolo da Macapá moderna de 1944 (discurso oficial)
- na Macapá moderna existia uma ocupação por pessoa, um trabalho (funcionários públicos)
- na Macapá “atrasada” (informal ou dos trabalhadores) ocorria multiocupação simultânea (uma economia familiar informal com ocupações desde cedo, idade tenra)
- a questão das trocas (de favores) cotidianas garante a sobrevivência na Macapá dos trabalhadores (informal)
- a questão de reciprocidade da solidariedade mantinha as relações na Macapá informal, na Macapá dos trabalhadores


Crise no Abastecimento (na Macapá moderna)
- não havia alimento em quantidade suficiente para o abastecimento da cidade
- diminuição da produção familiar, impelidos do centro urbano onde produziam
- filas nos mercados como espaços de tensão social
- a distância física do alimento (longe do alimento)
- a distância social do alimento (a questão da carestia)
- táticas de sobrevivência dos trabalhadores (reprodução da vida pela sociabilidade solidária; produção rural, coleta de frutos, pesca, criação de xerimbabos, etc)
- diminuição das alternativas não mercantis de acesso à alimentação, impelindo o trabalhador ao mercado e à crise de abastecimento
- táticas de combate aos agentes da expropriação, que tencionam o aumento dos preços pela capacidade de pagamento (famílias abastadas) ou pelo controle dos preços (Estado)
- protestos (diretos e indiretos), instituições sindicais, o voto, etc.

Ocorrem outras formas de sociabilidade, diversas das intenções do Estado, mesmo considerando uma proposta direta para o desenvolvimento do bem-estar social, mas com desprendimento das expectativas dos diferentes grupos que compõe a sociedade (um planejamento autoritário)

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