O link acima carrega um vídeo do G1 sobre o tema da Mutilação Feminina.
Abaixo, comente suas concepções a partir da leitura do texto "Os limites dos Direitos Humanos: o dilema moral de Tashi".
Faça duas postagens: 1) inserindo termos ou conceitos percebidos dentro do texto e pouco utilizados no seu cotidiano; 2) comentando a postagem de um colega, atualizando e exemplificando o conceito trazido pela primeira postagem.
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Comentários
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"Sua prova
de conversão definitiva à moralidade olinka, a cicatriz ritual,
deveria torná-la imune à "pilhéria" bem como à desconfiança de
seus pares."
Alteridade
1) inserindo termos ou conceitos percebidos dentro do texto e pouco utilizados no seu cotidiano.
Trago três expressões/termos para a discussão:
1-Povo Olinka;
2-Desnaturalizasse;
3-Pilhéria.
"Sua prova
de conversão definitiva à moralidade olinka, a cicatriz ritual,
deveria torná-la imune à "pilhéria" bem como à desconfiança de
seus pares."
O significado contemporâneo desta frase está relacionado com a ideia de que por mais trabalho e esforço que se faça em relação a algo, os resultados são sempre infrutíferos, irrelevantes e frustrantes.
Alguns estudiosos, como o escritor e filósofo francês Albert Camus, utilizavam dos princípios do trabalho de Sísifo na mitologia grega para explicar algumas características da condição humana.
A vida dos seres humanos, segundo Camus, seria semelhante ao trabalho de Sísifo, pois vivem para seguir uma rotina diária e repetitiva de atividades, normalmente sem um propósito concreto.
termo tsunga tbm nunca ouvi, cheguei a pesquisar mais não achei qualquer conceituação
Limbo moral
Uma palavra que ainda não tinha lido ou ouvido ela é Sísifo, pagina 21 do texto.
fazendo analogia é possível entender:
limbo significa um lugar onde são deixadas coisas sem valor e que são esquecidas.
Assim acredito que deva ser moral que é esquecida, deixada de lado.
A dos termos que ainda não conhecia é etnocentrismo.
Personagem da mitologia grega, condenado a empurrar eternamente uma enorme pedra morro acima que, ao atingir o seu topo, caía novamente, sendo este processo repetido até à eternidade: mito de Sísifo.
Em contexto: Trabalho árduo e inútil que deve ser feito repetida e eternamente, por alusão ao mito de Sísifo: trabalho sísifo.
Sobre a postagem:
"Sua prova
de conversão definitiva à moralidade olinka, a cicatriz ritual,
deveria torná-la imune à "pilhéria" bem como à desconfiança de
seus pares""
no meu entendimento quer dizer que se ela praticasse o ritual de seu povo, estaria livre de situações vexatórias praticadas pelos demais membros da comunidade.
Conceitos não usuais no dia a dia: Cicatriz ritual, horror trágico, auto aniquilamento, trabalho inútil.
e é interessante comentar q o texto traz justamente essa reflexão, pois estamos olhando a cultura e religião do outro a partir da nossa visão, de acordo com nossos valores. E no caso da prática da mutilação nos traz uma série de conflitos morais e sociais, uma vez que pra gente é muito chocante pensar que em pleno século XXI existam mulheres sofrendo esse tipo de prática. porém, tem o outro lado. como adequar um ritual cultural/ religioso ao direito da mulher sobre o seu corpo.
Entre os termos mencionados no texto que não estão presentes no cotidiano, estão: "Simulacro de Mulher" e "Horror Trágico".
Acredito que faziam o que alguns chamam de bullying atualmente! Ela era a personificação do anormal na cultura deles!
as formas de intervencionismo ético" isso é algo novo para mim. está na pagina
34
Termo utilizado no vídeo. ABLAÇÃO.
Acredito que seja referente a uma mudança espontâneo, automático, natural.
Vou postar novamente, pois meu comentário acabou saindo sem identificação.
Sobre a naturalização da Moral citada pelo amigo Marcos Sena, ocorre quando inseridos na cultura de determinado valor, não conseguimos mais distinguir a origem desta, ou seja, o costume, os valores morais, ou o senso moral e a consciência moral que nos foi ensinada não precisa de explicação lógica, simplesmente existe porque tem que existir. Somos educados para eles e neles, como se fossem naturais ou fáticos, existentes em si por si mesmos. Lembra bastante os costumes de caserna em que atos que infringem sofrimento em curso, são encarados por aqueles que os sofrem como situações de exceção aceitas em curso, "Coisa de Curso".
No texto Tashi nao se sentia totalmente mulher, porque para ela somente através da cicatriz ela se tornaria uma mulher Olinka de fato. Então, ela só possuía a aparência por fora, pois simulacro na minha concepção quer dizer uma imitação, sem função real. No texto ela se define "talvez uma estrangeira com o dom da proximidade, mas não uma autêntica mulher olinka". Desta forma, havia nela, num primeiro momento antes da ablação genital, uma luta contra os seus sentimentos e a "pressão cultural" para poder se sentir parte daquele grupo.
Nesta prática, geralmente não se da escolha as mulheres, por serem praticadas ainda muito jovens e ainda colocam suas vidas em risco, uma vez que são feitas geralmente sem anestesia, higienização ou por profissionais.
Além disso, essa sociedade onde acontece a prática, por ainda aceitar que esse tipo de situação ocorra, seja por aceitação social ou casamento, acabam se tornando vítimas passivas de instrumentos, algumas vezes legais, que as obrigam a permanecer estacionadas moralmente, ou seja, imóveis.
o termo etnocentrismo é bem interessante de ser trabalhado pois significa o hábito de julgar inferior uma cultura diferente da sua própria, considerando absurdo tudo que dela deriva e considerando a sua como a única correta. Pois o ritual tsunga para as sociedades ocidentais e de estrema crueldade e não fazendo sentido algum, mas ao vermos o vídeo fica evidente que nas sociedades africanas mostrada no mapa o ritual e muito bem aceito, passando de geração a geração, em muitos casos mães fazendo questão que suas filhas façam o ritual. Por isso pra haver uma mudança no habito cultural deve haver uma intervenção social e não apenas a proibição da atitude. Pode-se fazer campanhas para a mudança cultural, sabendo que toda mudança cultural é lenta e gradual.
"Imobilismo moral" na pag. 26
Tema questionado pela Carolina Melo.
(Marcos Sena)
Estamos diante de um dilema moral. De um lado o direito de populações tradicionais darem continuidade a suas praticas sociais e de outro o direito fundamental de milhares de mulheres de escolher ou não continuar com essa pratica. Entendemos que, não se pode obrigar uma população a deixar de praticar suas ações (tradições), mas é primordial realizar um processo de empoderamento feminino nestes lugares e, fazer com que se tenha conhecimento que existem outras possibilidades mais eficientes para garantir a continuidade das tradições sem ferir a dignidade feminina. Alan Coimbra.
Jucileide, penso da mesma forma. Imagine se a cultura dominante fosse a africana. Todo o aparato de universalidade se basearia em seus costumes, princípios, valores...
Entendo, que os Direitos Humanos garantido pela nossa Constituição ele vai além do regramento juridico, ele perpassa pela condição humana, onde se tem os exageros culturais, e devemos entender a diferença entre moral e legal. Se o pais já possue lei que criminaliza essa prática, então não falamos em moralidade e sim em crime. Aspectos culturais são realmente ligados a história de um povo, no entanto é necessário olharmos o humano em sua plenitude.
Eu creio que a resposta deve partir principalmente do seu próprio povo, todavia sabe-se que o papel da mulher na sociedade sempre foi um tanto marginalizado e nestas culturas tradicionais/pratiarcais mais ainda. Portanto, a luta das meninas e mulheres dessas culturas ainda tem um caminho bastante difícil em busca de autonomia e controle do seu próprio corpo perante a sociedade.
Na sociedade em que vivemos a tradição desses povos é visto como algo completamente horrível, é o que se percebe ate em alguns pontos da reportagem é o apontamento de uma pessoa de fora invalidando inicialmente todo uma cultura.
Dai se extrai a questão do sentimento do que está difundido dentro de uma sociedade por anos antes do nascimento de Cristo. Na nossa sociedade é possível escutar os relatos, por exemplo, de mulheres que por terem câncer de mama precisam fazer a retirada em muitos casos de forma completa e isso costuma afetar extremamente na forma como elas se identificam como mulher. Dentro do povo olinka pelo q entendo a perspectiva é ao contrário...o sentimento pelo menos repassado incialmente por Tashi é que independente do que ela fez na vida o sentimento de se sentir completamente uma mulher só veio quando ela passou pelo ritual.
Como disse o amigo Coimbra o ideal é se fazer as modificações sociais com base no conhecimento, levando informação sobre os prejuízos deste tipo de ritual. Apenas condenar sob uma máscara de hipocrisia ou de cima de um pedestal de superioridade não deveria ser a solução!
Limbo moral e cultural que Tachi vivia casada e fora da sua realidade.Ao escolher viver em outro local sem sofrer com a multilação, ou seja; a decisão de não participar de algo que coloca em risco a sua saúde e o que isso representa para a sua moral e para o relacionamento com as outras mulheres.
Patrick Silva Achei interessante o termo" naturalização da moral" postada pelo Marcos Sena, e muito bem explicado por João Paulo, em que percebemos que " o 'código'( identidade, costume, crença, cultura, ou assemelhado" deve ser passado adiante e sobreviver ao tempo, e para isso deve ser materializado. Para aquele povo Olinka, a mulher só se "torna plena" com a "castração", onde na ausência ou insuficiência do convencimento das palavras, o exemplo o preenche( muito usado no militarismo: as palavras convencem, mas o exemplo arrasta)
2) comentando a postagem de um colega, atualizando e exemplificando o conceito trazido pela primeira postagem.
Gostaria de comentar a respeito do termo trazido pelo colega D. Alves, que postou a palavra ALTERIDADE.
ALTERIDADE:
"Caráter ou estado do que é diferente, distinto, que é outro. Que se opõe à identidade, ao que é próprio e particular; que enxerga o outro, como um ser distinto, diferente. [Filosofia] Circunstância, condição ou característica que se desenvolve por relações de diferença, de contraste. [Etimologia] Do francês altérité, "mudança"; pelo latim alteritas.atis" (CONCEITO EXTRAIDO DE https://www.dicio.com.br/alteridade/)
Neste sentido, entendo que alteridade pode ser compreendida como uma CONCIÊNCIA INTUITIVA, ou seja, um ser humano tenta se pôr na condição de outro ser humano, sem no entanto, carregar consigo a história de vida que o primeiro carrega, pois todo ser humano é um ser biopsicossocial-espiritual tendo impressões únicas de sua vivência.
Ressalto, ainda, que alteridade é um exercício muito importante para a vida em sociedade, pois mesmo sem saber como o outro se sente diante de determinada condição o indivíduo imagina a partir dos seus conhecimentos de mundo e de seu censo moral como o outro pode estar se sentindo.
Todavia, no texto "ANTROPOLOGIA E OS LIMITES DOS DIREITOS HUMANOS: O DILEMA MORAL DE TASHI" de Debora Diniz o termo alteridade aparece na discussão do capítulo "A TRAMA MORAL E A ANTROPOLOGIA", onde uma suposta Natureza Humana Comum condena a dor imposta as mutiladas submetidas a circuncisão feminina. Mas que não é percebido pelos antropólogos Sandra Lane e Robert Rubinstein, pois ambos estão envolvidos emocionalmente e afetivamente com os costumes da comunidade, assegurando a legitimidade da mutilação ritual.
efemeridade moral, termo que não conhecia.
achei interessante o termo postado pelo D,Alves. Ele escreveu alteridade no comentário. Pesquisando um pouco sobre esse termo percebi que e exatamente o que devemos fazer para entender a cultura do povo Olinka. O termo significa basicamente, em colocar-se no lugar do outro, entender as angústias do outro e tentar pensar no sofrimento do outro. Alteridade também é reconhecer que existem culturas diferentes e que elas merecem respeito em sua integridade. Nesse sentido, o reconhecimento da alteridade é o primeiro passo para construir-se uma sociedade democrática e mais justa.
desnundamento do real
Se ver diante desta perspectiva de Metamorfose no texto pode se referir a uma reflexão mais acentuada referente a Metamorfose Moral de Tashi, de modo que significa deixar uma crença, perda da identidade, absorve novo código moral. Mediante ao horror trágico pelo ritual, através de seu corpo. Assim verifica o desencaixe, abre mão, de certa forma de maneira intuitiva. Mas isso traz uma reflexão no texto expressa por Tashi: “Estranhamente livre e amoral”. Nesse desencache ela se sente, estranhamente livre e amoral. Isso parte do fato que foi induzida fazer o ritual devido o devido código moral que foi imposto. Nisso percebemos uma agressão moral. O Dilema moral está justamente porque ao escolher uma posição anula a outra. Na perspectiva em que ela se sujeita a mutilação, mas não tem volta depois do arrependimento.
Relevante uma análise étnico-cultural pode ser administrada sob a perspectiva do diálogo e com o reconhecimento do direito e da cultura do “outro”. Refletir sobre conflitos específicos sobre o reconhecimento cultural e a tolerância radical. Assim como, discussão conceitual empreendida pelo multiculturalismo liberal, expor se o multiculturalismo traça limites para determinadas práticas culturais ou não. Além de refletir também sobre o problema de como defender o conceito de justiça social sem impor uma ordem de valores que destrua e desrespeite o patrimônio intercultural.