A CRISE ECONÔMICA NA PELE
Os impactos reais da crise estão estampados em diversos segmentos da economia. São empregados receosos som o futuro no emprego, são empresários inseguros para reinvestir na produção, são consumidores preferindo poupar, retenção de divisas nas famílias que ainda tem fundos, etc.
No setor automotivo, um dos primeiros a sentir as primeiras “marolas” do tsunami que chegaria, as principais empresas começaram o ano com novos anúncios de paralisação e corte de produção, graças à queda na venda de carros registrada desde outubro, reflexo da crise econômica internacional. As novas medidas estão sendo tomadas apesar de incentivos dados pelo governo brasileiro ao setor, como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), e do resultado das vendas de dezembro, que superaram as de novembro, sinais do otimismo oficial brasileiro.
A General Mortos (GM), a primeira montadora do país a reduzir a produção por causa da crise, voltou a anunciar férias coletivas, desta vez para 300 funcionários do setor de motores, na fábrica de São José dos Campos (SP). Outras empresas do ramo automobilístico como Peugeot/Citroën, Renault e Fiat também tomaram a mesma decisão. A suspensão das vagas pode custar de R$ 2 bilhões a R$ 10,5 bilhões ao governo com seguro-desemprego, segundo estudo da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A medida de interromper o trabalho está prevista na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e pode ser aplicada desde 1999. O mecanismo é chamado de Bolsa-Qualificação e conhecido como "layoff". Entretanto, as empresas que o adotam precisam treinar seus funcionários, que deve aceitar a suspensão.
É evidente que nossa realidade não é impactada de maneira tão evidente pros lados do norte, devido ao tímido setor produtivo. Mas nas regiões centrais, com a indústria robusta, são desastrosos os impactos. Cidades inteiras do interior de Minas Gerais e de São Paulo, com sua economia arraigada em mercado e extração de commodities, parecem paradas no tempo, chamada por alguns de “cidades-fantasma”. Caso parecido com a sede do município de Serra-do-Navio, na região central do nosso Amapá, que teve sua funcionalidade interrompida juntamente com as atividades da mina de extração do minério de ferro. Será que termos várias Serras pelo Brasil à fora?
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