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O que diria meu avô?!

Com toda a certeza diria coisas sábias. Basta ter uma breve noção dos frutos de seu empenho com os filhos. Os que estiveram mais tempo para absorver a experiência de vida dele; os que mais puderam aprender o cotidiano com ele; imitar ou adquirir a paixão pela leitura observada nele; esses puderam retransmitir tal LEGADO, numa cadeia ascendente de legitimidade e excelência.

Infelizmente não pude estar perto do Heráclito Juarez Filho, meu avô. Nem ouvir sua voz e suas historias. Nem podem contar com o mais singelo sinal de afeto como avô. Nem a sensação de ser admoestado apenas com seu olhar. Mas tive contado com o mais importante que podemos esperar construir em nossa breve passagem nessa forma de vida, o LEGADO.

Convivi com 12 dos encarregados por repassar o LEGADO de meu avô. Cada um deles com suas características próprias, naturalmente e individualmente desenhadas por suas vivências, puderam me ensinar, tanto com exemplos positivos, quanto com os negativos. Mas me ensinaram.

De certa forma fico feliz de poder contar com um LEGADO sem tamanhos, com relevância sem limites. Fico feliz por ser responsável em passar adiante parte desse LEGADO que, refinado a cada geração, ganha mais impacto e importância.

Meu avô diria para continuarmos nosso trabalho, intervindo com nossa mais sincera vontade de transformação e conserto do que estiver errado. Diria, ou mostraria, que continuássemos lendo, buscando conhecimento, nos organizando e fazendo a diferença. Daquilo que ouvi sobre o espírito impetuoso de meu avô, não ficaria de braços cruzados esperando o caos lhe atar as mãos.

Ele diria: LUTE! TRANSFORME! ESTUDE! SEJA!

Há 37 anos, a região amazônica perdia não só um regatão nos rios, um marco de liberdade e conquista aos ribeirinhos. Perdia muito mais, muito mais mesmo: um pai de família que construiu seu LEGADO, transmitido até hoje.

Que Deus o tenha!

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