A postagem anterior mostra uma queda no saldo da balança comercial com o exterior. Pode ser alarmista uma ponderação negativa à afirmativa de que o Brasil deve atentar para o volume das exportações, pois a participação da conta no balanço deixa a tendência para baixo.
Mas não é bem correta tal análise, sendo que o acumulado do ano de 2010 mostra uma crescimento nas exportações na ordem de 30,7%. Tal número é expressivo, considerando a realidade da dinâmica do comercio internacional e a proteção das economias que mais sofreram com a crise dos dois anos que se passaram.
Por outro lado, a valorização do real frente ao dólar americano (faceta da guerra cambial travada pelos protecionistas) fez com que as importações crescessem mais que as exportações. Foi um crescimento na ordem dos 43,9% na comparação do acumulado até novembro do ano passado.
Somando as duas contas (exportação e importação), temos um crescimento expressivo da corrente de comércio, 36,7%, passando para US$ 347,061 bilhões em 2010, sendo que, no acumulado de janeiro a novembro de 2009, a conta somava US$ 253,958 bilhões.
São reflexos da organização dos fatores e da “nova” participação dos países no cenário internacional. O Brasil, com fortes tendências de participar mais ativamente nesse arranjo, parece estar construindo arrojo e firmando tamanho.
Mas as políticas para a contenção de evasão de divisas nacionais e fomento da produção brasileira devem ser observadas, para que o capital circule em território nacional, multiplicando o “potencial produtivo” e mantendo o nível mínimo de renda e consumo.
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