Por Rodolfo Juarez
Desde quando assumiu o cargo de prefeito municipal de Macapá que o prefeito Roberto Góes vem dizendo que não vai concorrer a reeleição em outubro de 2012.
Durante o primeiro ano do mandato, o prefeito deu uma linha de gestão diferente para a Prefeitura e os resultados apareceram através do restabelecimento de algumas regras básicas e mesmo, pela reposição da autoridade do município na gestão da Cidade.
As promessas de parceria, entre governo e prefeitura, feitas pelo então governador Waldez Góes e a maioria dos seus auxiliares, durante a campanha que levou Roberto Góes ao cargo de prefeito, tiveram muitas dificuldades para serem efetivadas durante os 15 meses em que os dois, simultaneamente, estiveram à frente dos governos do Estado e do Município.
Houve um desgaste, principalmente do prefeito, que contava com os repasses acertados em convênios que simplesmente eram assinados e não honrados, na forma como constava no documento, e que destruía os planos de execução elaborados pela Prefeitura.
As consequências estão ai para todos verem: obras começadas e não concluídas; serviços prometidos e não realizados; cidade voltando à condição indesejada daquele exemplo que foi deixado pelo prefeito João Henrique.
Depois vieram os 9 meses da simultaneidade de gestão entre Pedro Paulo no Governo do Estado e Roberto Góes no comando do Município. Uma gestão que não pariu uma só esperança de melhoria, muito embora tenha sido anunciado, pelo menos até Roberto Góes declarar a sua fidelidade à candidatura de Jorge Amanajás.
Depois do dia 10 de setembro tudo mudou. As relações institucionais foram, na prática, desfeitas, por razões diversas e algumas tomadas por situações que deixaram todos os atores dessa tragicomédia abatidos e abalados pelos vexames que protagonizaram à grande platéia de eleitores que viraram o polegar e negaram sustentação às suas propostas passadas, presentes e futuras.
Mas a gestão pública precisa continuar. Mesmo que os gestores estejam desgastados, ela precisa continuar e com as mesmas exigências mínimas e sem qualquer condescendência com aqueles que não cumpriram o prometido ou fizeram a população acordar do sonho, ou do pesadelo, ou do desmaio.
Os dirigentes municipais do Município de Macapá estão reclamando das não transferências de recursos que o Estado teria que ter feito e que já está defasado em quase 40 milhões de reais. Alegando não ter caixa e não apresentando qualquer plano para transferência, o Estado está aumentando a distância entre a confiança da população e o que dizem as autoridades.
O resultado são decepções de ambos os lados.
A cidade não se preparou para enfrentar o período de chuva que vem por ai e que já começa em janeiro.
Roberto Góes, depois da desobediência partidária, quando foi apoiar o candidato do PSDB ao cargo de Governador do Estado, agora colhe os frutos que não vingaram daquela “safra” selecionada. Na prática está abandonado pelo PDT, seu partido de filiação e com uma punição branca, pela decisão que tomou durante o pleito de outubro.
Se com um partido forte, disposto a funcionar como uma barreira entre o prefeito e os problemas que enfrenta no dia a dia, a situação é difícil, imaginem estando sem proteção partidária, sujeito a tudo, então a situação é quase insustentável.
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