sábado, 8 de agosto de 2009

Resposta ao amigo Uédio...

Desculpe a demora...

muita coisa acontecendo ao mesmo tempo na vida e acabei demorando para responder. sei que ainda não podemos tirar conclusões firmes sobre o exposta abaixo, mas o estudo continua e pretendo investigar mais as relções entre o PIB AMAPÁ e a participação do setor extrativo mineral, mas esbarro num problemão: O PIB mais atualizado é de 2007.

Então, não posso me ater nesse dado, devo buscar as informações que subsidiam a construção do PIB. Mas sei que já pudemos ter uma prévia da evolução da arrecadação e da exportação amapaenses, percebendo sua relação, aparentemente, não tão estreita como se imaginava.

Continuarei na busca por respostas... pode até demorar, mas responderei mais e melhor.

Aguardem...

Relação entre arrecadação e exportação. Qual a coerência no Amapá? (resposta ao leitor)


A arrecadação estadual

Com diversos acordos entre as mineireiras, o Governo do Estado do Amapá fez a opção pela facilitação das instalações das empresas na região do centro-oeste do Amapá. São renúncias fiscais que garantiram a permanências dos empreendimentos e deixaram de aplica com rigor a tributação existente, compondo políticas de incentivos fiscais e de promoção social através dos fundos sociais criados pelas empresas.

O que se percebe, num análise temporal da evolução da receita estadual é que ocorre relativa influência das exportações na arrecadação do estado, mas não ocorre de forma rígida e proporcional, sendo observados alguns desequilíbrios entre os movimentos das duas curvas.

Exemplo da afirmação foi o ocorrido no mês de maio de 2008, quando as exportações alcançaram valores recordes, com mais de US$ 31 milhões num único mês, o que representa mais que vários anos inteiros de exportação, caso do ano de 2001 (US$ 30 milhões), 2002 (US$ 16,4 milhões) e 2003 (US$ 19,6 milhões), mês em que a arrecadação somou R$ 34.575.928,17, uma decadência diante do mês anterior, que colocou nos cofres estaduais R$ 35.861.542,56 em abril de 2008.

Em fevereiro de 2008 as exportações foram de apenas US$ 3.9 milhões, ao passo que a terceira maior arrecadação mensal do estado ocorria naquele mesmo fevereiro, chegando aos R$ 41.128.750,35, somando menos que somente dois meses que sucederam o pico, novembro de 2008 (R$ 48.612.980,19) e março deste ano, 2009 (R$ 44.475.985,45).

A falta de relação direta das duas curvas mostra que as alternativas encontradas pela organização política local não amarra a ampliação dos negócios com mineração ao crescimento da arrecadação estadual, deixando que as empresas tomem decisões corporativas através dos fundos criados para compensação dos investimentos no extrativismo mineral na região. São projetos sociais, ambientais e de infraestrutura que pagam as instalações, não os tributos.

Exportações amapaenes - 1º semestre de 2009


No Amapá

Com os dados consolidados por município até o mês de maio deste ano, Pedra Branda do Amaparí aparece em 83º município com melhor saldo na balança comercial, com um saldo de US$ FOB 64.409.772,00, diante de uma importação diminuta de apenas US$ 1.072.163,00 contraposta pela exportação de gigantes US$ 65.481.935,00 no período de janeiro a maio de 2009, mostrando que a crise mundial não causou grandes impactos aos negócios com mineração na região central do Amapá.

O saldo na balança comercial do município destaque amapaense, Pedra Branca do Amaparí, representa mais que 86% do saldo de todo o Estado, mostrando que a participação dos resultados da exploração mineral tem um peso considerado na composição da pauta de exportações do Amapá.

Nada de novidades! Aliás, o Amapá sempre serviu de fonte de captação de recursos minerais metálicos às industriais de diversas outras nações. Desde a década de 1960 a participação amapaense no cenário produtivo nacional tem o mesmo destaque, mas com picos e vales muito elevados. A bola da vez é o minério de ferro, extraído da região central de nosso estado, já substituindo o peso do ouro, que soma aos resultados do ferro e mostra o tamanho desmedido da atividade.

Parece que só quem não acompanha tais resultados é o poder público estadual, que não consegue montar uma política para o desenvolvimento econômico-social da localidade mais impactada pelas mineradoras. Infelizmente, parece que as coisas ainda não tem rumo concreto aos residentes na sede do município de Pedra Branca do Amaparí.

Empresas exportadoras no Amapá

Duas empresas do ramo de mineração, com atuação na mesma áreas espacial, detêm mais de 75% das exportações amapaenses neste ano. Foram mais de US$ 70.579.000,00 FOB até junho passado, fechando o semestre com números surpreendentes diante de todo o cenário de crise vivenciado ao redor do mundo, nas mais diversas atividades, afetando com grande peso o setor demandante pela commodity mineral.

As empresas responsáveis pelos resultados animadores, de forma ponderada, foram a ANGLO FERROUS AMAPA MINERAÇÃO LTDA, com uma exportação semestral de US$ 46.642.913,00, abocanhando cerca de 49,85% das exportações totais do Amapá, e a MINERACAO PEDRA BRANCA DO AMAPARI LTDA, que exportou US$ 23.936.716,00, que, mesmo perdendo o espaço na pauta a Anglo Ferrous, ainda observa 25,59% das exportações totais de 2009 até junho.

O que é interessante é que as duas empresas destaque na pauta de exportação amapaense atuam no mesmo município, Pedra Branca do Amapari, o que acaba por colocar o município em evidência no cenário nacional, dando o 93º lugar no hanking dos melhores saldos de comércio exterior, ficando da rente de municípios gigantes nas exportações.

Outra empresa que se destacou no primeiro semestre, foi a AMCEL - AMAPA FLORESTAL E CELULOSE S.A. , que exportou US$ 15.815.620 até o mês passado, sendo responsável por 16,90% das exportações totais. O número é razoável, sendo que a empresa mantém as exportações balanceadas, sem grandes picos ou depressões, diferente das demais, que aferem resultados diversos alternados, mas sempre representam a grande maioria da pauta de exportação amapaense.

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