Pesquisas, notícias e análises atualizadas do cenário econômico e político do Brasil e todo o globo, com reflexos locais na sua cidade.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
NAUFRAGIO... UMA NOVA VIDA
sábado, 24 de janeiro de 2009
O EQUILÍBRIO POR UM TRIS...
A desvalorização do Real no ano passado não afetou o nível geral de preços, deixando quase que intacta a taxa de inflação real. A elevação dos preços se deus nos produtos nacionais de baixo valor agregado, produtos sem grande influencia do dólar mais caro, mas com grande impacto no bolso das famílias nacionais. Tal fenômeno levou à retração dos juros nominais na economia brasileira como forma de incentivar o credito mais uma vez. Depois da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada na última quarta-feira (21), cortando a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, vários bancos também anunciaram juros mais baixos para pessoa física e empresas.
Entretanto, ainda é preciso cuidado na hora de se endividar. O ideal é que você não se empolgue muito nesse primeiro momento e faça bem as contas, porque, na prática, essa redução de juros, apesar de ser muito bem vinda, ainda terá pouco efeito para o consumidor. Além disso, é bom ficar atento porque não são todas as taxas de empréstimos que vão cair. De qualquer forma, a decisão do Copom foi bastante positiva, depois da pressão feita por parte de trabalhadores, empresários e governo. Pela primeira vez, desde setembro de 2007, a taxa caiu, passando de 13,75% para 12, 75% ao ano.
Apesar do corte, vários setores, inclusive dentro do governo, acreditam que ainda é possível reduzir mais a taxa de juros do país, que possui as taxas de juros mais altas do mundo. Além disso, com a crise econômica mundial, o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que a economia precisa ser estimulada e um esforço para a continuidade do corte de juros é necessário. “No momento em que a economia precisa ser estimulada, é preciso um esforço, para que o custo financeiro seja reduzido no país. Mas estamos no caminho certo”, declarou.
Muitas outras medidas precisam ser tomadas. Não somente a expansão do crédito para as famílias ampliarem o consumo, mas medidas de infra-estrutura da economia, como ampliação de crédito ao produtor rural, desoneração tributária (tão esperada há décadas), medidas para a manutenção dos postos de trabalho, para que não ocorra retrocesso no nível de renda nacional, fortalecimento da economia nacional através da indústria local, etc.
Outra questão que influencia diretamente a estratégia utilizada pelo governo é o spread bancário, ou seja, diferença entre a taxa de aplicação e a taxa de captação, que varia em muitos pontos percentuais entre pessoa física e pessoa jurídica, bem como entre as modalidades de crédito, conforme as garantias. Uma regulação mais severa por parte do Banco Central poderia reduzir os ganhos dos banqueiros e deixar uma margem de manobra maior para o governo, garantindo a efetividade da política monetária oficial. Muitos interesses em jogo: os maiores lucros da história de instituições financeiras na America Latina.
Não vivemos numa ilha incomunicável. Por isso os impactos da crise são avassaladores por aqui também. Por isso nossa economia não observou elevação nos índices de inflação, pois os preços caíram em todo mundo e, ainda com o real em desvalorização, mantivemos os preços nacionais dentro da meta. Esse comportamento de nossa economia dá ânimo aos investidores internacionais, mas a gigantesca carga tributária brasileira, casada com um Estado Nacional muito forte e presente (mas corrupto), espantam o capital que poderia auxiliar o alavanque de nossa economia.
Parece que ainda pouco se aprende com a lição de dias que acabam de ser vividos. A aposta alta no crédito para pessoa física ainda parece a salvação para os males sociais de um sistema desorganizado e caótico. Como prever comportamentos num cenário tão adverso e diverso? Ainda construímos nossas asas sem alicerce num terreno arenoso que logo, logo pode ceder e ruir as estruturas de toda nossa sociedade.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
POLÍTICA - Sobe índice de ausência dos senadores em 2008 (Gilvan Borges - PMDB/AP - entre os mais faltosos)
Não são minhas as palavras, mas de um levantamento feito pelo site “Congresso em Foco”, que revelou que os senadores faltaram mais às sessões deliberativas da Casa em 2008, quando o índice de ausências nas sessões destinadas a votações de projetos de lei, medidas provisórias e outras matérias saltou de 18,06%, em 2007, para 26,59%. Embora tenham promovido 97 sessões deliberativas no ano passado, os senadores acumularam 1.782 faltas em 2008, número superior às 1.738 ausências registradas nas 119 sessões de 2007. Entre as faltas justificadas (1.442), menos de 10% delas foram motivadas por problemas de saúde. Apesar de o número de ausência ter aumentado as faltas sem justificativas despencaram de 1.545, em 2007, para apenas 340, em 2008.
O índice de assiduidade dos senadores também ficou abaixo do registrado na Câmara em 2008. Os deputados concluíram o ano legislativo com média de 16% de ausência em plenário, mais de dois pontos percentuais acima da marca registrada em 2007.
Ausente em mais de um quarto das reuniões convocadas para votação em plenário, o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) teve o maior número de faltas sem justificativas. Das 27 ausências, apenas seis foram abonadas por meio de licença para missão oficial ou missão política de interesse do parlamentar. É evidente que o partido com maior número de cadeiras, o PMDB, tem a maior probabilidade de faltas, mas o dever legal e moral com os votos nele investidos deveriam impedir tal comportamento. Dentre eles está o Senador Gilvan Borges, que tanto brigou pelo direito de honrar e defender os interesses coletivos, não só do Amapá, mas de todo o Brasil, tirando Capiberibe da cadeira para deixá-la vazia. Que os fiscais da moralidade continuem no encalço do “andarilho” da Amazônia, que ele conheça nossa realidade, mas que faça usufruto do poder nele investido através do voto legal.
As idéias expostas nesse post são para a melhoria das relações entre o povo e seus representantes, jamais me furtaria tempo, ou de minha família, para denegrir ou perseguir qualquer que seja a imagem pública, que pelo próprio termo, é pública, sujeita as avaliações mais sinceras e enérgicas prováveis. Nada que um bom trabalho, honesto, dentro dos princípios básicos esperados de um senador, não cubra os deslizes pelo caminho. Tempo ainda há para tal recuperação. Boa sorte, não! Bom trabalho, não somente aos senadores pelo Amapá, mas a todos que nos representam nos três poderes dessa Republica em construção!
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
O pacote habitacional em gestação no governo poderá elevar dos atuais R$ 350 mil para cerca de R$ 500 mil o teto do valor dos imóveis com financiamento pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O novo Plano Nacional de Habitação, base do pacote, prevê a concentração de recursos orçamentários e, principalmente, do FGTS para famílias com renda mensal de até R$ 2.000. No entanto, a demanda das construtoras é voltada para imóveis direcionados a pessoas com renda bem acima desse teto. O pacote habitacional visa evitar uma queda brusca no crescimento econômico através do reaquecimento da construção civil, passo tomado pelos EUA para dar início à crise econômica atual.
É a continuação ou mutação do crédito. Quando tudo parece impedido, uma nova modalidade de crédito aparece ou se modifica, com a finalidade de atrair a renda da família. O alerta continua. A renda é finita e com tendências a diminuir. Até quando a aposta para o crescimento e desenvolvimento da economia vai repousar sobre o terreno arenoso e insólito do crédito??
domingo, 18 de janeiro de 2009
Como esperado, o brasileiro deve mais, paga menos, sente os impactos da expansão do mercado de créditos combinado com uma crise mundial
Num ano de recordes de lucro das instituições financeiras no Brasil, 2008 também observou um aumento nos índices de inadimplência, que alcançou as alturas vistas somente cinco anos antes, numa outra crise. Um aumento de 8% no nível pode ser considerado um “bom” número, diante do cenário de crise que mais uma vez se estabelece. De certo, tal cenário não é propício para se festejar muitos resultados, mas variações negativas com baixo impacto já podem significar “vitória”, mas a variação indicada pelo Serasa não é tão animadora assim.
O mês de novembro passado teve a inadimplência dos consumidores elevada em e alcançou 7,8% do total de empréstimos pessoais. O número era o maior desde agosto de 2003, quando o percentual ficou em 7,9%. Em dezembro houve novo aumento, mas com menor impacto, ficando em 2,5% em relação ao nível anterior, que já era recorde.
A alta foi de 2008, segundo dados divulgados pela Serasa, semana passada, foi bem maior do que na comparação entre 2007 e 2006, quando a alta foi de 1,7%. A dívida mais frequente foi a adquirida junto aos bancos, apontada por 43,2% dos inadimplentes. Em seguida estão as dívidas com cartões de crédito e financeiras, responsáveis por 33,7%, ainda, os cheques devolvidos (21%) e títulos protestados (2,2%).
A diminuição da renda dos consumidores, afetada pela inflação nos itens básicos, influenciou a alta da inadimplência, juntada às elevações na taxa Selic, que subiu 2,5% ano passado, e a elevação dos juros devido às incertezas dos mercados frente à crise financeira mundial. É assim caros leitores, quem sofre mais com as decisões políticas, política monetária neste caso, é a parcela da população com a renda mais baixa, que recorre ao mercado de crédito e paga as maiores taxas de retorno às instituições financeiras. Parece um jargão esquerdista, mas realmente é real: o pobre, cada vez mais pobre; o rico, mais rico!
Inadimplente? Quem?
É considerado inadimplente quem atrasa o pagamento dos empréstimos em mais de 90 dias. Se forem levados em conta também os consumidores que atrasam 15 dias ou mais, o nível de inadimplência em novembro passado subiria para 14,3%, sendo que em novembro de 2007 o percentual havia ficado em 13,4%.
Ao administrar suas finanças, você deve ficar atento para sinais que indicam que você enfrentará problemas de inadimplência. Se os seus gastos mensais forem superiores à sua renda mensal, se você não sabe quanto deve, se muitas vezes você paga contas com atraso, não consegue pagar o saldo mínimo em suas contas, pede emprestado mais do que pode pagar, obtém novos empréstimos para pagar empréstimos antigos, perdeu seu emprego ou pede dinheiro emprestado para as despesas do dia a dia, estes são sinais de que você está tendo dificuldade em cumprir seus compromissos.
É o jeito...
A falta de crédito estimula saques e captação líquida da popança cai 47% em 2008. Vejamos direito. Não é que diminuiu o nível de poupança. Na verdade tal nível até subiu em 2008, mas a falta de crédito, causada pela crise financeira global, fez com que os investidores brasileiros recorressem à poupança para equilibrar o orçamento. Com isso, o número de saques nas cadernetas subiu consideravelmente no ano passado, fazendo com que a captação líquida (diferença entre depósitos e saques) caísse 47,15% entre 2007 e 2008. A queda se dá devido à necessidade de recursos diante da situação econômica.
Sem saída, o jeito é recorrer aos fundos de reserva pessoal. Com certeza muitos sonhos perdem a possibilidade de serem realizados para os juros do cartão de crédito sejam pagos e as contas de início de ano possam ser feitas. Parece que nem a classe média (baixa ou alta) está “imune” aos impactos da crise econômica, que não é mais financeira somente. A alta do feijão, do trigo, do petróleo e do ferro impacta gregos, troianos e quem quer que seja.
Tiro no pé:
sábado, 17 de janeiro de 2009
sábado, 10 de janeiro de 2009
Novas faixas salariais e novas alíquotas para o desconto do IR devem garantir o equilíbrio do jogo, aumentando o nível de consumo e melhorando a estrutura da economia no Amapá.
É fácil entender o que muda: No regime antigo, os cidadãos com salário até R$ 1.434,59 ficariam isentos do imposto retido na fonte, enquanto que a faixa entre R$ 1.434,60 e R$ 2.866,70 pagaria 15% e aqueles com renda mensal acima de R$ 2.866,70 seriam tributadas em 27,5%. Tais valores levam em consideração os reajustes previstos de 4,5%. Com a nova regra mais duas faixas salariais passam a ser consideradas. A parcela entre R$ 1.434,60 e R$ 2.866,70 foi desmembrada e passou a pagar 7,5%, na faixa até 2.150 reais. Acima disso a tributação continuará em 15%. A faixa acima de R$ 2.866,00 também foi dividida. Aqueles que ganham até R$ 3.582 pagarão 22,5% de Imposto de Renda, enquanto a maior alíquota, a de 27,5%, incidirá sobre a parte do rendimento superior a R$ 3.582,00.
Entendamos... quem ganha menos, dentro das faixas salariais previstas, vai contribuir menos. Ainda outras medidas serão acionadas, como elevação da isenção por dependente e com gastos com instrução, ou seja, em 2009 mais dinheiro vai permanecer nas mãos dos contribuintes. O governo espera que tal dinheiro tome os caminhos dos mercados reais, não dos mercados financeiros, para que a “roda da economia” gire e faça a todos sorrir.
Outro grande impacto ocorrerá na arrecadação. Só o Imposto de Renda arrecada cerca de 40% dos fundos públicos nacionais. O que é esperado é um aumento gradativo na base de arrecadação oficial, mas tal aumento será do médio prazo para mais, uma vez que tal resposta esperada se dará em esfera estrutural, a saber, quando aumentar o consumo, a produção, as vagas de emprego e o nível de renda da economia nacional, numa cadeia cronológica que demanda algum tempo. Até lá, o governo espera “equilibrar” o mercado com seu otimismo sem norte.
No Amapá
Lembremos que os resultados não serão imediatos. Caso ocorram, demandarão tempo. Mas há uma diferença essencial para o resto do Brasil: a parcela de contribuição local com o montante do Imposto de Renda ante os demais estados, com maior participação do setor produtivo. O Amapá, por ter pouca produção e grande comércio para atender os funcionários públicos, talvez observe os benefícios de forma mais rápida. Não será o crescimento da base de recolhimento do imposto, mas o mero aumento do consumo e das vagas de emprego nas faixas salariais isentas, uma vez que o comércio oferece salários abaixo das faixas de recolhimento do IR.
Esperemos para ver qual o verdadeiro impacto da medida. Não é torcer contra, mas muitas vezes o tiro sai pela culatra, ainda mais quando se prevê um comportamento que é imprevisível, o do mercado, seja financeiro, seja real. A verdade é que, por mais otimistas que sejamos, ainda estaremos flutuando com cenário econômico mundial, onde quem dá as cartas não somos nós, talvez nunca seremos, indo “pra lá e pra cá”, pra onde o vento sopre. Torçamos para que os resultados sejam os melhores, como numa aposta.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
AFINAL, O QUE É ECONOMIA???
A economia é como uma arte. A arte de usar recursos finitos para a satisfação de necessidades humanas infinitas.
Muito se fala, discute e se ouve sobre economia e como evolui a crise financeira. Aliás, é muito comum a confusão entre finanças e economia, sendo que economia é algo muito maior, mais que apenas finança, é social. Assim, outros conceitos que não podem ser desprezados são crescimento e desenvolvimento econômico, que representam significação diversa, sendo o primeiro o “crescimento contínuo da renda per capta ao longo do tempo” de uma determinada economia, já o segundo termo pode ser entendido através de variáveis de cunho qualitativo como pobreza, desigualdade, alimentação, educação, moradia, condições de saúde, acesso ao saneamento básico, entre outros.
A proposição de um estudo que levante a evolução das Ciências Econômicas é mais que procurar um simples entendimento dessa ciência. Quando se busca a compreensão da evolução da organização do pensar econômico, uma cadeia de explicações se evidencia para a elucidação da dinâmica social, com as mais diversas relações entre seus atores, sejam passivos ou ativos, dominantes ou dominados, concentrados ou difusos. É como se pudéssemos usar óculos com “lentes de economia”. Bastaria uma breve olhada para a história e a dinâmica social seria vista, límpida e exposta, com suas motivações fiduciárias e de manutenção de uma ordem que nascera falida.
Então, o desenvolvimento econômico engloba tanto a formação do produto quanto a alocação dos recursos pelos diferentes atores do cenário econômico, com o objetivo de melhorar os indicadores de bem-estar econômico e social de forma mais próxima possível da auto-sustentacão, tão aclamada atualmente. Segundo Ignacy Sachs, “a renovação do pensamento sobre o desenvolvimento” é “o mais importante desafio intelectual dos anos vindouros”, uma vez que propõe uma forma de se analisar o desenvolvimento de uma forma integrada, a ser visto como processo social, tendo o homem e a humanidade como foco.
A economia é como uma arte. A arte de usar recursos finitos para a satisfação de necessidades humanas infinitas.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Os principais resultados econômicos de 2008 não refletem a tênue tendência do consumidor em aumentar a confiança no mercado, diante de um comportamento irregular durante todo o ano. Será a tal confiança exacerbada da República nela mesma que ecoa no ânimo do consumidor? A questão é bem séria. O mercado de créditos já encontra dificuldades em sua expansão? Crescer pra onde se há limites na renda das famílias e muito se apostou nessa modalidade de crédito, deixando a pessoa física endividada e com o consumo comprometido.
A crise iniciada em solo fértil americano comprometeu todo o sistema financeiro global, alcançando os mercados reais, físicos, produtivos, com impacto direto na renda já comprometida, com reflexos sociais ainda em construção, mas já sem previsões otimistas, mesmo diante de tanto otimismo oficial.
As bolsas asiáticas não foram as únicas a fecharem com forte desvalorização em 2008, onde após o dia 30 de dezembro de 2008, todas as bolsas americanas fecharam com forte desvalorização anual. Dow Jones encerrou 2008 com queda de 33,8%, próxima a grande depressão de 1931, onde o índice desvalorizou 52,67% no ano. No mesmo patamar, S&P 500 perdeu 38,5% e a Nasdaq cedeu 40,5%, registrando o seu pior desempenho anual. As bolsas européias também tiveram um terrível ano, com destaque para o índice FTSE 100 (Inglaterra - Londres) que marcou uma queda de 40,5% no ano. O Ibovespa registrou o seu pior ano desde 1972, caindo 41,22%.
O barril Opep, controlado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo, fechou 2008 cotado a US$ 35,58 na NYMEX. Este valor, muito abaixo do seu topo histórico (TH) registrado ao longo do ano, não atrapalhou o recorde na média geral de 2008, registrando valores médios de US$ 94,45 no ano, valor altíssimo, considerado o peso que o recurso tem na matriz energética do sistema de produção atual, com impactos em toda a cadeia de produção e abastecimento, ou seja, no dia-a-dia de todo o mundo.
No Amapá
Dos aproximadamente 22 mil servidores públicos do Estado, cerca de 19 mil recorreram ao crédito, oferecido com facilidades nunca vistas em outras épocas. No ano passado foram observados vários colapsos no consumo local. É muito dinheiro comprometido! Muito da renda amapaense “travada” nas agências financeiras. São mais de R$ 460 milhões nessa modalidade de crédito, sendo que a folha estadual circula pelos R$ 3,6 milhões. Tais dados foram divulgados numa entrevista oferecida pelo Deputado Federal pelo Amapá (PMDB), o também economista Jurandil Juarez, que mostrou a preocupação com os efeitos do fenômeno local.
A expansão do crédito garantiu a prorrogação dos impactos da crise, bem como, nos EUA, representou sua principal causa. Talvez a crença desmedida numa recuperação futura tenha “cegado” os mais otimistas e contaminado os estudiosos na busca por uma vacina ainda desconhecida para o equilíbrio do mercado nos moldes neoclássicos.
As famílias amapaenses sofrem atualmente por escolhas e ofertas encantadoras que garantiram o aumento do volume das “porcas” de muitos bancos, aferindo resultados recordes em 2008, garantindo-lhes espaço no hall das empresas com maior crescimento e volume absoluto de lucro, em detrimento de empresas produtivas, que observaram menores investimentos com o medo global da crise, antevendo os mercados menos dispostos a bancar os riscos da produção sem cliente.
O Amapá é mais um no truncado cenário da crise. Como afirmaram o Economista Charles Chelala e o Engenheiro Rodolfo Juarez numa análise do fechamento de 2008: se não fosse a tão famigerada “economia do contracheque”, seria ainda pior. Mas tais números do mercado de crédito apontam que há limites para os funcionários públicos estaduais. Como será o natal do ano que vem.