quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O ANO PASSADO


O ouro no ano passado subiu sem parar

Os gritos na bolsa falaram de outros valores

Corpos estranhos no ar

Silenciosos voadores

Quem sabe olhando o futuro do ano passado

O mar quase morre de sede no ano passado

Os rios ficaram doentes com tanto veneno

Diante da economia

Quem pensa em ecologia

Se o dólar é verde é mais forte que o verde que havia

O que será o futuro que hoje se faz

A natureza as crianças e os animais ?

Quantas baleias queriam nadar como antes

Quem inventou o fuzil de matar elefantes ?

Quem padeceu de insônia

Com a sorte da Amazônia

Na lei do machado o mais forte do ano passado

Não adianta soprar a fumaça do ar

As chaminés do progresso não podem parar

Quem sabe um museu no futuro

Vai guardar em lugar seguro

Um pouco de ar puro reliquia do ano passado

O que será o futuro que hoje se faz

A natureza as crianças e os animais ?

Os campos risonhos um dia tiveram mais flores

E os bosques tiveram mais vida e até mais amores

Quem briga com a natureza

Envenena a própria mesa

Contra a força de Deus não existe defesa

O que será o futuro que hoje se faz

A natureza as crianças e os animais

O que será o futuro que hoje se faz


Roberto Carlos e Erasmo Carlos

"Eu vejo o futuro refletir o passado,
eu vejo um museu de grandes novidades..."

(Barão Vermelho)

Uma análise da poesia em forma de música (O ANO PASSADO):

Como a expressão artística não pode ser mais cultural??? Roberto Carlos e Erasmos Carlos viviam as questões atuais há quase duas décadas!!! Ou será que realmente tudo se repete?
A música do
rei reflete o cenário atualíssimo de incertezas econômicas e da demagogia que envolve os dicursos "ecologicamente corretos". Como Diria Cazuza: o futuro reflete o passado. Nada de novidade na tão "alarmante" crise econômica, prevista por diversos estudiosos (economistas ou não). O sistema de produção atual não organiza e balanceia os recursos produtivos como deveria, de forma inteligente e eficaz. As questões são as mesmas e dificilmente mudarão caso não ocorra uma alteração na base da compreensão do modo de viver humano.


Na música:

A commoditie era o ouro. Hoje, o petróleo galopa subindo e carrega o sistema capitalista consigo, uma vez que mais de 90% da produção necessita dessa fonte de energia. As questões naturais recebem atenção nunca vistas, mas os olhos se voltam para os resultados do problema, não para as raízes dele. Hoje, a questão do aquecimento global, não só mares e rios, golfinhos e a baleia azul, mas todo o sistema, o globo todo. A contínua crítca à supervalorização da cultura e status americanos, em detrimento de tudo e de todos, merece destaque nos versos do rei.

A amazônia também recebe atenção na canção quando induz o pensamento de que ninguém se importa com o “pulmão verde” do mundo; todos dormem tranquilos enquanto se registra cada vez mais desmatamento para a produção da soja conquistadora de territórios. Brinca com a nossa imaginação e nos leva a uma dimensão na qual só exista ar puro num museu futuro... como seria a simulação?

Quem briga com a natureza envenena a própria mesa”. Tal frase parece piegas, com pouco tratamento literário, mas reflete uma realidade exposta, tão evidente quanto direta a afirmação pouco poética. Parece que o rei a construiu assim mesmo, com o interesse de mostrar a simplicidade do raciocínio que muitos doutores parecem não alcançar.

Acreditando ou não, a afirmação de que Deus é maior e mais poderoso que o próprio sistema, que quem não O respeita será, mais dia, menos dia, aniquilado, não por Ele, mas por sí próprio. Daí a questão atemporal sobre o futuro. Seja ontém, hoje ou amanhã, a questão será a mesma: “O que será o futuro que hoje se faz”?



quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Após demitir 1,3 mil, Vale pára produção de níquel no Canadá



A Companhia Vale do Rio Doce (Vale) anunciou na quinta-feira, 4, via comunicado ao mercado, que vai interromper por tempo indeterminado a produção de níquel em duas minas no Canadá, em virtude das condições atuais no mercado global de níquel. Na quarta-feira, a empresa anunciou a demissão de 1,3 mil funcionários pelo mundo, e deu férias coletivas a outros 5,5 mil. A interrupção na mina de Copper Cliff South (CC South), localizada em Sudbury, província de Ontário, Canadá, começará em de janeiro de 2009. CC Deep contribui para a produção de 8.000 toneladas métricas de níquel por ano.As operações de Voisey's Bay, localizadas na província de Newfoundland and Labrador, Canadá, e que compreendem a mina de Ovoid e uma planta de processamento, serão paralisadas durante o mês de julho de 2009.

Voisey's Bay produz concentrado de níquel e cobre. Nos nove primeiros meses de 2008 essas operações contribuíram para a produção de 58.000 toneladas de níquel e 39.000 toneladas de cobre em concentrado.Além disso, a empresa decidiu postergar o início do desenvolvimento do projeto Copper Cliff Deep (CC Deep) por um período de 12 meses.


Conforme anunciado em seu orçamento de investimento 2009, o desenvolvimento de CC Deep possui aporte total de US$ 814 milhões, dos quais US$ 138 milhões haviam sido orçados para dispêndio em 2009.A Vale informa ainda que, num esforço para redução de custos, sua subsidiária integral Vale Inco está lançando um programa de aposentadoria voluntária para funcionários elegíveis em todo o mundo. Tendo em vista as incertezas existentes no cenário econômico global, a Vale diz que mantém a opção de administrar seu ritmo de produção de acordo com as condições de mercado.


Demissões e cortes na produçãoPara analistas de mercado, as demissões de ontem apontam para um corte mais profundo na produção do que os 30 milhões de toneladas (9,5% do total) anunciados no fim de outubro. O Banco Goldman Sachs avalia que o corte da produção pode subir para 45 milhões de toneladas. A virada na produção foi muito rápida. Até setembro, antes da quebra do Banco Lehman Brothers, que detonou a crise financeira mundial, a Vale planejava ampliar a produção de 270 milhões para 300 milhões de toneladas de minério de ferro.

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