quarta-feira, 11 de agosto de 2010

LAGOA DOS ÍNDIOS, UM PATRIMÔNIO QUE PRECISA SER CUIDADO!!!

(Por Rodolfo Juarez)

A semana que passou, além das aceleradas e do campeonato de arrancada dado pelas coordenações de campanha dos candidatos ao cargo de governador do Amapá, também foi marcada por um grito desesperado de alerta de uma das mais expressivas representações do que poderia ser o equilíbrio de um sistema de vida em Macapá – a Lagoa dos Índios.


Um espaço físico, presente da natureza para todos os moradores de Macapá, com função importantíssima no equilíbrio da vida comum homem-natureza, amanheceu com os seus habitantes mais íntimos se debatendo, morrendo aos poucos, pelo mais cruel dos castigos impostos pelo homem – a asfixia.


Peixes de todos os tamanhos, nos locais onde outrora fora de descanso deles mesmos, se debatiam, morrendo por falta de oxigênio na água e em agonia, chamando a atenção para o homem insensível que continua jogando lixo e esgoto no presente que foi dado para todos e, ao que nos parece, não recebido por ninguém.


Os peixes e os outros pequenos animais aquáticos, na sua agonia, também declararam que os erros continuam sendo cometidos pelos homens, todos eles, aqueles que poluem e aqueles que continuam entendendo que “ajuste de conduta” é suficiente para compensar os desatinos e as irresponsabilidades daqueles que, sem qualquer escrúpulo, em nome de sua “vitória pessoal”, avança sobres os indefesos, destruindo-os e, com isso, acabando com o sistema no qual está inserido.


Já não bastam as soluções paliativas. Já não têm eficácia as arrumações baseadas em fórmulas mágicas que são importantes para a burocracia, para dar resposta imediata, mas que deixa um resultado a curto prazo, completamente fora da linha de solução que, na maioria das vezes, pretensiosamente se anuncia como suficiente para resolver o problema que têm às mãos.


Os “gritos silenciosos”, mesmo que sejam os últimos, daqueles seres que precisam da Lagoa dos Índios para viver, precisam ser ouvidos pelas autoridades que têm a responsabilidade de zelar pelo equilíbrio ambiental, mesmo que não seja sob os holofotes das emissoras de televisão, ou tendo à frente os microfones das rádios os ou gravadores dos repórteres sensacionalistas.


A hora de reagir é agora!


Não dá para esperar o resultado de análises laboratoriais, instauração de procedimentos administrativos, uma vez que são evidentes os motivos que estão levando os peixes e os outros animais subaquáticos a morrerem por falta de oxigênio. As providências precisam ser tomadas agora, considerando que as águas estão baixando e, em consequência, diminuindo o volume e aumentando a relação do material poluente (lixo, efluentes de esgotos, águas servidas, etc.) na comparação com a água da lagoa.


Estão alertados os órgãos públicos estaduais e municipais que cuidam do meio ambiente em qualquer das fases. Esse momento é de extrema atenção, não só pela necessidade de serem criados os antídotos que precisam ser usados agora e depois, mas também para que os técnicos tenham a realidade local conhecida.


Não podemos transformar o que está acontecendo na Lagoa dos Índios em um caso de polícia e entregá-lo ao Batalhão Ambiental; nem avançar pela larga estrada da desculpa, onde identificado o provável culpado, a ele é atribuída a responsabilidade pelo desastre e as “autoridades” dêem o caso por encerrado.


Ainda há tempo para evitar que as garças se acostumem a comer peixe podre para mais tarde serem substituídas pelos urubus que, agourentos como são, já fazem os sobrevôos de reconhecimento e marcam o território.


A Lagoa dos Índios é um patrimônio que precisa ser cuidado.

Nenhum comentário:

COMENTE

Para um Brasil melhor, comente, contribua ou critique as postagens.