Mais que uma
visão pelo lado de dentro de uma problemática. Mais que um olhar pela ótica de
uma comunidade entrincheirada entre fronts de uma guerra urbana. Lúcia Cabral e
Renata Trajano apresentam e representam a realidade do cotidiano de mulheres
que escolheram ser o sexo forte num cenário adverso, com suas dinâmicas
próprias, tornando-as mais determinadas a construir uma “vida melhor”, que não
que dizer fora do morro.
Sob a direção
de Dafne Capella, as duas personagens reais caracterizam as ações de Segurança
Pública no Rio de Janeiro de uma forma que ecoa no inconsciente coletivo da
comunidade a qual pertencem. Uma leitura consciente da segregação socioespacial
e sedenta por PAZ, mas não pela paz que o Estado oferece, mas pela paz que
podem produzir.
As histórias
de vida são tão diversas quanto as pessoas da comunidade, mas convergem em um
ponto. A violência que ocorre durante as operações de segurança pública na
favela. O que mexe com o cotidiano de forma negativa e faz com que os moradores
da comunidade se comportem de forma defensiva, mas nunca deixando de frisar que
estão ali porque querem e gostam, restando a lamentação pela situação da
insegurança pública.
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