domingo, 18 de maio de 2008

(27ABR2008)
O PÃO ESTÁ MAIS CARO!!!
O preço do pão varia em todo o Brasil, cerca de 17% no ano. Em Macapá a variação foi de 8,45% só em março, em relação à fevereiro passado.
A crise do trigo
A população brasileira terá que pagar mais pelo pãozinho. Desde o ano passado até março deste ano, o pão já subiu 17% para o bolso do consumidor final, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A Argentina suspendeu novamente as exportações de trigo. Com estoques só até o fim de maio, o Brasil terá que recorrer aos cereais da Amércia do Norte, onde o preço é mais alto. Além do valor do trigo ser mais caro no Canadá e nos Estados Unidos, o frete também é maior.
O país perde com a demora para o produto chegar até aqui. Enquanto a importação de trigo da Argentina para o Brasil demora uma semana, a dos EUA demoraria cerca de 40 dias. Com gastos maiores para a importação, a indústria sofrerá um aumento, que será repassado ao consumidor, com sempre.
A evolução
O preço do trigo nacional, de acordo com o levantamento, subiu 25,55% em 2008, na comparação com o ano passado, passando de R$ 522,00 a tonelada para R$ 656,00. Em 2006, o produto custava R$ 410,00 a tonelada.
Nos últimos 12 meses até março, o preço do pãozinho subiu quase 17%, e a farinha de trigo, 17,6% para o consumidor final, segundo a Fipe. Em Macapá a variação mensal em março passado foi de 8,45%, passando de R$ 4,85 em fevereiro para os R$ 5,26 o quilo.
As medidas de contenção
O CMN (Conselho Monetário Nacional) anunciou nesta quinta-feira, 24, mudanças na poupança rural, que irá disponibilizar mais crédito para os produtores das culturas de inverno, principalmente do trigo. A mudança aumentará em R$ 1,2 bilhão os recursos disponíveis, a uma taxa de juros de 6,75% ao ano.
A expectativa é que 70% do montante sirva para as plantações de trigo. O anúncio de hoje é um complemento a outras decisões do CMN, que no início do mês ampliou o limite de financiamento por produtor de R$ 300 mil para R$ 400 mil e também elevou o preço mínimo do trigo em 20%.
O governou lançou pacote de auxílio que inclui liberação de novos recursos, prorrogação de dívidas e recursos alocados por bancos. Medidas que reduzem a carga tributária no setor, incluindo alíquotas de importação de insumos, seguem em estudo pelo governo.
Novos aumentos?
O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) descartou, semana passada, 24, novos aumentos no pão francês ou em produtos à base de trigo, por conta da suspensão de exportações do produto pela Argentina.
De acordo com o ministro, a crise no país vizinho já teve seu impacto controlado, e o Brasil adotou todas as medidas que poderiam ter tomadas, como a redução à zero das tarifas de importação de outros países e o estímulo à produção interna.
O estoque mundial do trigo do ano comercial 2007/2008 é o menor dos últimos 20 anos com 112 milhões de toneladas, 10% abaixo da safra de 2006/2007, segundo a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo) e entidades parceiras.
Desdobramentos...
O pão é um produto complementar a vários outros, o que influencia o consumo de tais produtos ligados a ele, como: leite de gado, café, frios (queijo e presunto) e outros. Se o repasse do aumento do custo do trigo é repassado ao consumidor final em todo o seu impacto, a demanda por pão, por exemplo, tende a diminuir, levando consigo a demanda dos demais produtos complementares, provocando uma pressão para baixo nos preços de tais produtos, o que pode arrefecer o mercado.
Com o consumo em tendência a diminuir, a produção também pode sofrer a influência do mercado, diminuindo a oferta e buscando um equilíbrio nos preços e no consumo efetivo do pão (trigo) e dos produtos influenciados. Tal cenário com a ocorrência de um estado mínimo nas decisões de mercado, o que não ocorre no Brasil, que regula os fenômenos do mercado de perto. As medidas propostas para o incentivo à produção interna e da diminuição da dependência dos produtores estrangeiros, através, principalmente da expansão do crédito, mostrando a tendência global de “crescimento” da economia nacional.
O mercado interno
Em todo o Brasil a alta de preços de produtos alimentícios se mostra a grande vilã, hora adormecida e “esquecida” na década passada. Mas, uma das maiores variações foi realmente o trigo, que variou 112% em abril em relação a março, passando dos U$ 1.000,00 a saca (60Kg), sendo que em março era apenas de U$ 470,00 a mesma quantidade.
Arroz e milho também estão entre as commodities que mais variaram, no mesmo período, 23,3% e 36,1%, respectivamente, encarecendo todo um grupo de alimentação, uma vez que servem de matéria-prima para diversos outros produtos.
Ainda a questão consumo nacional deve ser analisada. Um consumo de 10,2 milhões de toneladas ante uma produção de 3,8 milhões, evidenciando a dependência estrangeira pelo trigo (principalmente da Argentina). A crise estabelecida não é interna ao Brasil, mas sentimos o reflexo da mudança das políticas de produção de nossos mais próximos hermanos.

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