segunda-feira, 7 de julho de 2008

(07JUL2008)
Gigantescos investimetos para a mineração em todo o país


De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as mineradoras brasileiras investirão US$ 47 bilhões nos próximos quatro anos, liderando a cesta de investimentos previstos pelo país até 2012.

A atividade mineradora no Brasil lidera a lista de investimentos previstos no país até 2012. De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as mineradoras brasileiras investirão US$ 47 bilhões nos próximos quatro anos, sendo que 59% serão destinados para a cadeia de minério de ferro, com atenção especial para a renovação da frota e maquinário.
O superaquecimento do mercado está provocando uma briga quente entre mineradoras e siderúrgicas por profissionais do setor. Para atender à demanda em ebulição, elas têm investido na construção de novas plantas, usinas de pelotização e até de minerodutos em Minas Gerais e no Brasil. O problema é que falta gente qualificada para trabalhar. E a solução adotada por algumas companhias tem sido “roubar” profissionais na porta do concorrente.
Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Ferro e Metais Básicos (Metabase) de Mariana, que representa também empregados de Catas Altas, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Caeté, São Gonçalo do Rio Abaixo, Rio Piracicaba, João Monlevade e Bela Vista de Minas, pelo menos 20 trabalhadores, em pouco mais de três meses, já trocaram as empresas de origem pela concorrência.
”Somente a MMX e a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) já conseguiram levar da Vale uns 15 funcionários”, afirma o presidente do sindicato, José Horta Mafra Costa. Daniel Dantas, gerente geral do Projeto Minas-Rio da MMX, que inclui duas minas e uma unidade de beneficiamento na Região de Conceição do Mato Dentro, além de um mineroduto que transportará o minério por 525 quilômetros, passando por 32 municípios mineiros e cariocas, reconhece que a falta de mão-de-obra qualificada é um empecilho.


Importação de bem de capital “made in China”

Impulsionada pela valorização cambial, as importações de bens de capital de janeiro a maio alcançaram US$ 8,06 bilhões, um incremento de 43,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O consumo aparente de máquinas e equipamentos, soma da produção e das importações menos as exportações, aumentou 33,3% nos primeiros cinco meses do ano, alcançando R$ 35,89 bilhões.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), o crescimento do consumo foi influenciado, sobretudo, pelo aumento das importações do setor. Apesar do aumento no consumo aparente, Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, afirma que houve uma diminuição no ritmo de crescimento no segundo trimestre. Além disso, Aubert ressalta que os meses de comparação, janeiro a maio de 2007, foram abaixo da média.
“Boa parte do crescimento do consumo está relacionado às importações, mas o mercado já mostra sinais de desaceleração. Notamos também um aumento expressivo no déficit da balança comercial da indústria de máquinas e equipamentos”, afirmou Aubert. Segundo ele, o déficit da balança comercial do setor deve alcançar US$ 10 bilhões. O executivo conta que grande parte das importações brasileiras de máquinas foram de bens com tecnologia similar e até inferior aos produzidos internamente.
“É importante ressaltar que o setor não é contrário à importação de máquinas e equipamentos, desde que tragam inovação tecnológica que possibilite agregar valor ao produto nacional. Atualmente importamos máquinas chinesas a US$ 4,35 o quilo, uma concorrência desleal que pode sucatear a indústria nacional. Por isso é importante obtermos, do governo, igualdades de condições em termos de carga tributária, juros compatíveis e financiamentos”.
Aubert afirma, ainda, que vê como um primeiro passo a extensão do prazo do Finame do BNDES (linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de 5 para 10 anos para o setor de máquinas e equipamentos. “Não há país desenvolvido sem um setor de bens de capital forte. O Brasil já foi o 5º maior produtor mundial de bens de capital e atualmente é o 14º. Nosso grande desafio é recuperar as primeiras colocações nesse ranking até 2022”, concluiu o executivo

Na Amazônia

Participantes da audiência pública sobre política governamental de mineração na Amazônia, realizada em março, disseram que o Brasil não pode abrir mão das atividades mineradoras na região, que respondem por 21% das exportações e por 10,9% do PIB nacional. A reunião foi realizada pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados.
O diretor-geral adjunto do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), João César de Freitas Pinheiro, ressalvou que para evitar a degradação ambiental, no entanto, é necessária a regulamentação de pontos como a exploração em terras indígenas e em unidades de preservação. Pinheiro informou que 29% da Amazônia são constituídos por terras indígenas, e 16 milhões de hectares de seu território são unidades de conservação. Como a região concentra os maiores índices de minérios com valor econômico do País - 40% dos investimentos nacionais em mineração vão para lá -, ele defende que não se pode desprezar o potencial econômico da exploração dessas áreas. O diretor afirmou que atualmente apenas 0,5% do território brasileiro é ocupado por lavra: “Se acrescentarmos as áreas de pesquisa mineral, essa extensão não chega a 2%”, garante.
O secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Claudio Scliar, também assinalou que a Amazônia, além de ser uma grande floresta que precisa ser protegida, é uma grande produtora de bens minerais. Segundo ele, a região responde por 80% da produção de cobre brasileira; 74% de manganês; 100% de cassiterita e tântalo e 93% de caulim. Scliar lembrou ainda que, dos 137 bilhões de dólares (cerca de R$ 286 bilhões) das exportações brasileiras, 21 bilhões (aproximadamente R$ 43 bilhões) decorrem do setor mineral.
Potássio - Um dos principais projetos do governo federal para a região, segundo o secretário, é aumentar a produção nacional de potássio, pois o Brasil importa atualmente 90% do produto utilizado na correção de solo. “Isso representa quase 1 bilhão de dólares [mais de R$ 2 bilhões] que saem do País anualmente”, disse. Scilar informou ainda que, no próximo dia 15 de abril, o governo vai lançar edital de licitação para explorar potássio em Nova Olinda e Itaquatiara, no Amazonas.


No Amapá
Em terras amapaenses deve-se seguir a intenção nacional, garantindo a extração mineral e a fixação de capital no Estado, ampliando a fluidez dos recursos nas mais diversas áreas, ligando mina e o ponto mais próximo para escoamento de minerais, abrindo ou melhorando os caminhos entre eles, que passam a servir outras atividades e a comunidade local.
Mas tais aprente benefícios devem ser esclarecidos. O financiamento para a construção de tais infras-estruturas parte, em sua grande maioria, dos cofres públicos, seja através de investimento direto ou de subsídios e facilitação da instalação da planta de extração, geralmente de capital extrangeiro, que exporta para mercados também extrangeiros.
O peso de investimentos deve cambear para o Amapá, uma vez que as atividades de mineração encontram aqui o que podemos chamar de segundo ciclo da mineração, evidenciando a extração do ouro e retorno do manganês, sem deixar de mencionar a gigantesca reserva de caulim que representa mais de 93% de toda a produção desse minério no país.

Nenhum comentário:

COMENTE

Para um Brasil melhor, comente, contribua ou critique as postagens.