quarta-feira, 20 de outubro de 2010

TEMPOS DOS PRIMEIROS PASSOS E AS MAMADEIRAS

Por Rodolfo Juarez

As duas primeiras semanas da campanha eleitoral do segundo turno de votação já passaram. Nenhum dos dois candidatos que estão disputando o segundo turno de votação desta eleição de 2010 para definir quem será o governador do Estado falou, de forma objetiva, de como planejam desenvolver a gestão dos interesses do Amapá, na qualidade de governador.


Ainda estão nas explicações pessoais, nos desejos, nas vontades e nas preliminares de campanha sem falar na etapa que forma a estrutura funcional do governo, como pretende desenvolver a administração real, mostrando para o eleitor a sua estratégia para que o Estado possa alcançar os objetivos de reclamados pela população

Não sei se as histórias “dos primeiros passos” e dos “tempos das mamadeiras” motivam algum eleitor. Essa é uma invenção que vem de alguma tempo, trazida por algum marqueteiro e que se constituiu em capítulo constante na formatação de campanha daqueles que continuam por aqui, com alguns equipamentos e um estúdio, passando-se como “criador” ou “criadora” de quadros para convencer o eleitor e argumentos para convencer os candidatos.

Toda vez que essas histórias são contadas vem à memória o caso da “canoa” do deputado Sebastião Rocha quando foi candidato a prefeito de Macapá. De lá para cá, inclusive lá, todos os candidatos que se valeram desse roteiro não tiveram sucesso no dia da eleição. Não obtiveram os votos necessários para eleger-se.


Na eleição, em segundo turno, os dois candidatos já tiveram a história do seu primeiro choro, do primeiro banho, dos primeiros passos, das primeiras saudades, dos primeiros amigos, das primeiras travessuras, das primeiras pescarias e de tantos outros “primeiros” contados e, nesse item, estão empatados.


A gestão pública para a qual se candidataram, continua sem ser discutida, comparada, completamente afastada dos debates, como se pouco importasse ou como já se fosse do amplo conhecimento do eleitor.


As referências continuam sendo feitas de forma abstrata, como se faltassem elementos para informar como pretendem conduzir os setores que são da responsabilidade do Executivo Estadual e as relações do Executivo com os demais Poderes que forma o Estado.


A hora é essa. A discussão não pode esperar para ser feita depois da eleição, para que o eleitor se valha dessa informação para decidir. E feita de forma transparente, com os componentes políticos e técnicos que se valerão para conduzir essa discussão e a própria formação das equipes.


A gestão de um governo de Estado, mesmo de um estado pequeno como o Amapá, é muito complexa e exige diversidade de conhecimento, profissionais treinados para cada área e procedimentos que possa se valer da modernidade que a tecnologia oferece hoje para os gestores de interesses.


Tanto o candidato Camilo Capiberibe como o candidato Lucas Barreto não têm experiência profissional na gestão executiva e por isso, vão precisar se apoiar em idéias já testadas ou teoricamente adquiridas, para alcançar as condições que possa levar a cumprir as promessas de campanha que, a partir dessa eleição, são obrigações assumidas e que vão ser avaliadas.


A mudança, mote principal das duas campanhas para convencer o eleitor, precisa se sustentar em outros indicadores, que não a própria mudança, pois seria desastroso mudar para pior.

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