segunda-feira, 1 de setembro de 2008

PROGRAMA AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL NA MIRA DOS ECONOMISTAS LOCAIS

Apesar das “boas intenções” o PAS é tido pelos economistas locais das mais diversas correntes como uma excelente peça literária, mas que não expressa as técnicas básicas necessárias para sua execução

Durante a realização do painel do dia 28 (quita) do 3º Encontro Amapaense de Economia, realizado pelo Conselho Regional de Economia do Amapá (COREON-AP), no auditório da Universidade Estadual do Amapá (UEAP), ficou evidente o ar de descrédito no Programa Amazônia Sustentável, num painel que intitulava o programa e os desafios e oportunidades do Estado do Amapá.
Desde o expositor, o Professor Hélio Mairata, da Universidade Federal do Pará (UFPA), que apresentou o programa do governo federal de forma desdenhada, evidenciando os termos ambientalistas “mascarados” de programa de desenvolvimento, segundo ele. O clima de descrédito do PAS se agravou com as falas dos economistas Haroldo Vitor de Azevedo Santos (SEPLAN) e Jurandil Juarez (Dep. Federal), fazendo coro com termos pregados pelo geólogo Antônio Feijão, que segue em tradar as questões fundiárias do Amapá.


As diferenças

Mesmo com as diferentes correntes defendidas para o desenvolvimento do Amapá, as figuras ilustres presentes no evento debateram por mais de quatro horas os pontos positivos e negativos do PAS e qual a verdadeira identidade amapaense inserida no programa – se é que há alguma. As conclusões foram parecidas e consoantes às evidências de pouca representatividade dos interesses verdadeiros dos amazônidas e, principalmente, dos amapaenses, que recebem um programa de forma vertical, sem participar de sua elaboração. Tais diferenças entre os indivíduos ficou posta em segundo plano, mesmo que, durante cada fala, a platéia de economistas e acadêmicos tenham enxergado o posicionamento de cada corrente.


As faltas

Tão esperado e anunciado, o Ministro da República, Roberto Mangabeira Unger não compareceu para defender o filho recém-adotado, o PAS. Como seria o debate com a presença de tão ilustre representante dp Governo Federal? Tal incógnita pode ser revelada em nossas mentes somente. De certo seria um avento ainda mais abrilhantado, mas será que teria tamanhos protestos ao programa? Não que nossos economistas e representantes não tivessem pulsos para debater o ocorrido diante do Ministro. Não é essa a questão. Mas a presença de Unger inibiria comentários exacerbados de alguns e a polidez dum evento oficial não permitiria um comportamento mais agressivo – essa é a revelação pessoal de tal incógnita.
Ainda, o representante do Governo do Estado, Alberto Góes, deixou de comparecer ao evento, deixando o Professor Mairata sozinho para expor o PAS aos participantes. Quem sabe a força que o programa poderia ter no evento com a presença dos dois representantes do executivo? O fato é que a falta dos dois deixou um campo minado para uma possível, mas improvável defesa do PAS em terras tucujus. O bonde passou e teve gente que não subiu!


A importância

Tal evento ganha mais importância ainda quando se propõe a discutir questões fundamentais para o posicionamento técnico-profissional de cada ente presente no painel, trazendo à tona a discussão de alternativas para a construção de políticas de desenvolvimento de nossa região, difundindo conhecimentos e experiências diversas entre os profissionais de uma área tão necessária para o bom andamento de qualquer arranjo social.
É certo que em qualquer mesa de bar podemos facilmente achar as “soluções” para os problemas de nossa economia, política e sociedade. Para que o evento não se torne mais uma “mesa de bar” os profissionais e técnicos devem arregaças as mangas e fazer valer os esforços de vários anos de experiência e trabalho árduo, com compromisso individual com o coletivo, com avanço das discussões e materialização do meta-físico, onde tudo parece estar resolvido.


Os corredores

É no corredores das instituições que os participantes medem o nível de conhecimento absorvido durante a palestra ou aulda de diferentes mestres. Não diferente a este fenômeno, foi nos corredores da UEAP que os participante do painel sobre o PAS discutiram e avaliaram a atuação dos debatedores e expositores.
Foi lá que se ouviu: “o Feijão arrebentou”; “o Jurandil mandou ver. O deputado tem feito um bom trabalho parlamentar, mas falta apoio” (sobre Jurandil Juarez); “esse camarada é muito prolixo!” (sobre Feijão); “o Prof. Hélio detonou com oque ele veio expor!”; “é de economista assim que eu gosto, prático e franco” (sobre o secretário Haroldo Vitor); dentre outras falas interessantíssimas discutindo alternativas para o desenvolvimento do Amapá. Isso sim é importante. A avaliação nos corredores.

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