terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O CENÁRIO CAÓTICO DA CRISE FINANCEIRA MUNDIAL E ALGUMAS “SAÍDAS DE MESTRE”

A Terra do Sol Nascente divulgou uma notícia ontem que veio como uma bomba atômica sobre o mercado financeiro, após o governo japonês divulgar uma queda de 12,7% no PIB (Produto Interno Bruto) do país no quarto trimestre do ano passado, comparando-se ao mesmo período de 2007. Já em comparação ao terceiro trimestre, o indicador sofreu retração de 3,3%. Esta é a terceira retração do PIB japonês, onde era esperada uma baixa de 11,6%. Na comparação anual, esta é a maior queda em 35 anos e a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial, nas palavras de Kaoru Yosano, ministro de Política Econômica e Orçamentária do Japão.
Parece que os efeitos da crise estão realmente balançando as maiores economias do mundo, mesmo aquelas atreladas à culturas mais tradicionais, mas abertas, de forma coercitiva, ao capital internacional e ao neoliberalismo, bem como para as suas crises e anomalias. Por onde o modo de produção capitalista passa, transforma a estrutura de relações e modela uma teia nova, conectada na velocidade da internet banda larga. As “marolas” parecem estar ganhando cada vez mais volume e rebentando nas praias de diversas economias.
Na contramão da crise
A canadense Research in Motion (RIM), fabricante do BlackBerry, está recrutando 3 mil novos trabalhadores para atender a demanda, apesar da crise econômica global. Em 2008, o grupo contratou cerca de 4 mil pessoas e atualmente tem 3 mil vagas abertas. A empresa espera ainda contratar muito, segundo afirmou o co-executivo-chefe da empresa, Jim Balsillie, nos bastidores do evento do setor, Mobile World Congress, que começou ontem, em Barcelona, na Espanha.
"Nós aumentamos nossa base de funcionários em 50% no ano passado. Ainda estamos contratando e planejamos manter as contratações", garantiu o executivo. "Nós temos crescido no nosso segmento", acrescentou Balsillie. O otimismo da RIM contrasta com a situação de outros fabricantes de aparelhos celulares, como a finlandesa Nokia, líder mundial do setor, que anunciou 1,2 mil cortes de empregos no fim do ano passado.
O grupo nipo-sueco Sony Ericsson informou que planeja eliminar 2 mil vagas. A RIM registrou 66% de aumento nas vendas entre setembro e novembro do ano passado, em comparação com o mesmo período de 2007. "Ainda estamos vendo um impulso maravilhoso com o BlackBerry", disse Balsillie, acrescentando que a empresa atingiu a marca de 50 milhões de aparelhos tecnológicos entregues há duas semanas.

Saídas para a tormenta
Parece que os presságios e previsões econômicas da virada do século se concretizam na atual crise do neoliberalismo. As apostas em inovação tecnológica e nas tecnologias ditas “limpas”, realizadas por visionários e estudiosos, lideram os resultados positivos diante de gigantes que não buscaram a premissa da variável ambiental e de políticas de otimização na prestação de serviços e oferta de produtos adequados e de ponta.
O etanol brasileiro é um forte candidato a “produto à prova de crise”. O etanol combustível está competitivo no tanque dos carros flex fuel em 15 Estados brasileiros, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, compilados pela Agência Estado, referentes à semana terminada em 13 de fevereiro. A vantagem é calculada considerando que a potência energética do motor a álcool é de 70% da dos motores a gasolina. O número de Estados em que o etanol permanece competitivo é menor que os 16 registrados na semana anterior. A gasolina segue vantajosa em 6 Estados brasileiros, estável em relação ao período anterior. Em 6 Estados é indiferente o uso do etanol ou da gasolina pelo consumidor.

O Etanol nos Estados
Segundo o levantamento, os Estados onde a vantagem do etanol é mais significativa são Mato Grosso (onde o preço do etanol é 55,35% do preço da gasolina - até 70% o etanol é competitivo), São Paulo (55,56%), Paraná (61,69%), Espírito Santo (61,76%), Pernambuco (62,90%), Alagoas (63,71%), e Tocantins (64,73%). A gasolina continua mais vantajosa principalmente em Roraima (preço do etanol é 80,25% do valor da gasolina), Pará (75,93%), Amapá (73,43%) e Piauí (72,93%). É indiferente utilizar etanol ou gasolina no tanque no Distrito Federal, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe.
O levantamento também revela que os preços médios do etanol combustível caíram em 8 Estados brasileiros no período analisado. As cotações subiram em 18 Estados. No Mato Grosso do Sul, os preços ficaram estáveis. As maiores quedas foram registradas no Mato Grosso (-6,15%), Rio Grande do Norte (-3,10%) e Distrito Federal (-0,47%). As maiores altas foram registradas no Ceará (+5,36%), Pernambuco (+4,23%) e Paraná (+2,47).

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