sexta-feira, 5 de março de 2010

DEBATE NA FORTE (99,9FM) - 03/03/10

(Por Rodolfo Juarez)
A discussão sobre a coleta do esgoto sanitário produzido na cidade de Macapá precisa ser iniciada imediatamente.

Não se trata da execução das obras necessárias, mas, pelo menos, da gestão pública da cidade dispor de um projeto básico onde se tenha condições de analisar, dimensionar e calcular o custo provável da obra e das partes da obras.

Esse não é um projeto comum. É um projeto que precisa definir o sistema de coleta, a disposição e o tratamento que se vai adotar. Para o cálculo do sistema de coleta precisa ser conhecido: o relevo da cidade; o tipo e o volume da contribuição que os moradores darão para o sistema; o meio que poderá ser utilizado para o transporte do esgoto; o destino desse esgoto; o padrão de tratamento que será dado a esse esgoto; e o lançamento do esgoto tratado no meio ambiente.

Diferentemente da água tratada, que é oferecida por pressão, a coleta do esgoto é, na maioria dos casos, feito por gravidade. Essa limitante oferece tantas particularidades que, na maioria dos casos, encarece a obra e dificulta a execução dela.

Depois de coletado o esgoto precisa ter um destino e o que se vai fazer com esse esgoto no destino, ou seja, qual a forma de tratamento que se vai dar a esse esgoto e qual o padrão que se vai esperar no efluente, que é o último estágio do tratamento.

São vários os tipos de tratamento do esgoto sanitário coletado de um sítio urbano, entretanto, independentemente do tipo selecionado para o tratamento, precisa-se de uma área relativamente grande, próxima do sistema receptor e dentro de um padrão definido pela Organização Mundial de Saúde, para a estação de tratamento.

O esgoto sanitário coletado em Macapá não representa 5% do total do esgoto produzido na cidade. Essa pequena quantidade é transportada para a estação de tratamento que fica no Bairro do Araxá, que utiliza o sistema de aeração natural, em uma lagoa de estabilização que foi calculada apenas para receber a quantidade que corresponde a essa linha de coleta, isto é, não tem capacidade de receber um volume maior do que aquele que atualmente está chegando para ser tratado.

Esse assunto é tão importante e tão grave que os administradores ainda não se dispuseram a enfrentá-lo muito embora saibam que a situação atual está puxando, para baixo, o nível sanitário da população e oferecendo medidas para o índice de desenvolvimento humano, o idh, a cada ano, a taxas mais baixas.

É claro que essa situação não vai perdurar para sempre. É necessário que se seja trabalhado um novo conceito para a situação sanitária de Macapá para que os técnicos possam projetar o volume de recursos necessários, primeiro para a elaboração do projeto técnico e depois estabelecer um cronograma físico-financeiro dentro da realidade para que conste de todas as programações de desenvolvimento para o Amapá.

O assunto é prioritário e caro. Precisa ser tratado como tal e logo para que os índices que identificam a saúde da cidade sejam mais coerentes com a importância que tem a capital amapaense para a região e para a população.

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