quinta-feira, 18 de março de 2010

DEBATE NA FORTE (99,9FM) - 18mar2010

GATA BORRALHEIRA
(por Rodolfo Juarez)


Não sei até quando Santana vai ser o “a gata borralheira” do Estado. Até agora, apesar de toda a sua importância, o município que tem a maior densidade demográfica do Estado não conseguiu mostrar-se como uma alternativa para o desenvolvimento da Região e, logicamente do Estado.


Com um porto alfandegado que tem um dos melhores calados de toda a região, municipalizado para dar mais agilidade à sua administração, não consegue atrair parceiros para a construção de armazéns e ampliação do número de piers ou, pelo menos, terminar o que está começado e se mantém, por mais de 15 anos, pela metade.


Uma demonstração da falta de uma política pública mais agressiva está registrada no tratamento que é dado para a área onde passa a linha imaginária do Equador, equivalente, geograficamente e turisticamente, ao que ocorre em Macapá.


Entretanto, quando se compara a estrutura que está instalada em Macapá com a que está instalada em Santana, a diferença é brutal. Em Macapá, além do monumento, que se modifica a cada ano, há todo um aparado para atrair os turistas; enquanto que, em Santana, apenas dois marcos estão colocados e no meio do capinzal, sem qualquer referência nas peças publicitárias do Estado ou nos folders da Secretaria de Turismo do Governo do Amapá.


Há menos de 20 quilômetros de distância e com demonstrações sucessivas de civilidade por parte do povo de Santana, o Município terá, em 2010, mais de 60 mil eleitores escritos e aptos a votar nos candidatos que estarão inscritos para ocupar um dos 40 cargos públicos que serão colocados para a seleção do eleitor.


Um orçamento de menos de R$ 100 milhões de reais, o que dá menos de mil reais por habitante, tecnicamente não oferecerá resultados que possam modificar a qualidade de vida daqueles que escolheram Santana para morar e trabalhar.


Ainda Santana é responsável pelo atendimento de todas as necessidades das mais de 7 mil famílias que, regularmente, vem a Santana para abastecer as suas dispensas e comprar roupas, eletrodomésticos, sapatos e contratar serviços para o lazer, principalmente.


Devido à proximidade de Macapá, é normal o cruzamento de trabalhadores que moram em Santana e trabalham em Macapá e de trabalhadores que moram em Macapá e trabalham em Santana. As duas rodovias que ligam as duas cidades, a JK e a Duca Serra, dão a dimensão dessa realidade.


Está passando da hora para que os gestores públicos do Estado, do Município de Macapá e do Município de Santana, comecem a pensar na retomada do desenvolvimento integrado das duas cidades.


Essas autoridades precisam agir rápido para modificar a condição de que a cidade de Santana é a “gata borralheira” da história.

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