sexta-feira, 17 de julho de 2015

Qual a sua sociedade?

Em reunião da CPI da Violência Contra Jovens Negros e Pobres, o Deputado Federal Delegado Eder Mauro (PSD/PA) não se conteve e acusou o Deputado Jean Wyllys (PSol) de produzir projetos "para destruir famílias", quando debatiam sobre a possibilidade de ampliação do discurso da legalização e regulamentação da comercialização das drogas! 



Qual família? Nosso conceito de família vem mudando! Nossa sociedade vem mudando...

Concordo que devemos ter e preservar um conceito central em relação a "família". 

Sei que isso é apego à tradição. E talvez eu seja um tradicional em relação ao foco da construção da base social familiar.

Esse efeito danoso apontado pelo delegado de polícia deputado é super relevante! 

Não se pode comparar os efeitos microssociais (familiares) do uso de entorpecentes com o uso legal e liberado do álcool, por exemplo.

Concordo, em partes com o deputado Jean  quando aponta outro efeito de deixar drogas como maconha, cocaína e crack na ilegalidade, sendo causa de lotação de nossos presídios e da causa de grande parte da morte da classe mais pobre e desassistida.

Só não considero que a legalização e regulamentação seja uma saída. Esse garotos pobres, aos quais se refere Jean, nunca venderiam drogas lícitas, pois o Estado passaria a ser o o "maior traficante" e teria o controle comercial das drogas permitidas (como o é hoje!).

Quem já viveu de perto esse efeito danoso do uso de entorpecentes, seja ele legal ou não, sabe do risco que seria "liberar geral" o comércio e uso desses psicotrópicos. 

Muita família iria LEGALMENTE para o fundo do poço junto com o usuário! 

Nosso sistema de saúde pública (universal) ficaria ainda mais inchado.

Mais mortes por descontrole civil ocorreriam (como já ocorrem em grande número por bêbados).

Que tipo de sociedade estamos formando?

Que tipo de família queremos instituir?

Que tipo de drogas queremos liberar?

Essas perguntas deveriam ser orientativas para a conduta de nossas políticas.

Não há resposta certa ou errada. Mas construções que estão em nossas mãos! 

O tempo não trará as respostas, como já ouvi outros deputados jogarem essas responsabilidades ao "acaso".

Nossas ações que trarão as suas próprias consequências! 

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