quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A DECEPÇÃO DE QUEM VESTIU AZUL

Rodolfo Juarez

A decepção com uma pessoa, com um acontecimento, com uma situação é um sentimento tão frustante, talvez seja das sensações a que mais entristece, derruba e bloqueia uma pessoa.

Será que as expectativas criadas foram altas demais? Ou será que as expectativas eram normais, próprias e adequadas, mas a decepção teimosamente bate à porta? Ou será um problema de ansiedade, que se quer tanto que se realize, que aconteça? Ou será que as pessoas são exigentes demais, e exigem dos outros, coisas que nem podem fazer?

Será que uns, nem percebem a decepção não lhe dando a importância que outros lhe dão? Será que as decepções só acontecem aos emotivos? Aos frágeis? Aos corajosos? Aos exagerados? Aos idiotas?

E acordar depois de uma decepção? Como se faz para reagir?

Reagir é voltar a agir!

Para voltar a agir, é preciso ter vontade de agir. E o mundo que nos rodeia, exigente, que não tolera a insatisfação, não tolera desculpas esfarrapadas, que como uma criança quer a todos lindos, contentes, sorrizinhos, arranjados, elegantes, perfeitos, e todos pedem, “vá reage, faz qualquer coisa, tens de melhorar! Lá estás tu com o teu péssimismo!…”.

E para culminar, lá dizem a frase:

“Não percebo, porque ficam assim, não é caso para isso!”.

E aqueles envolvidos num manto de tristeza, sem compreender a inação, a impotência e, de certa forma a incompetência, dá amargos na boca, nó no estomâgo, enrigecem os joelhos, em estado perplexos a olhar para aquela gente que diz:

“Que nada, não é nada!”.

Não é nada???!

Mas não percebem, que para a maioria era uma esperança! Uma forma de modificação da gestão, um passo dado no rumo certo, uma certeza de alcançar melhores resultados do que os até agora alcançados.

Mas não, o que houve foi uma derrocada nos resultados, uma inundação que afogou as esperanças de tantas pessoas, frunstrando uma aposta e queimando os gravetos tísicos que ainda davam o sinal de curta vida mas de forte cooperação para acender outros fogos que poderia alimentar a caixa de bons resultados.

As palavras sentidas da esposa do jornalista José Ney Picanço e Silva, as lágrimas que todos sabiam, ela derramava abstecida da cruel dor de ver o descaso, o descompromisso e a realidade nua que só se percebe quando se tira a cortina que separa alguem que se gosta e alguem que foi preservado para, nesse momento, está com a solução para aquele problema que superou a real capacidade de cada um.

Senti muito! Passei uma manhã repaginando o passado recente onde se acreditava que, mesmo durante pouco tempo, o governador Pedro Paulo teria a oportunidade de mostrar o valor que todos acreditam ter, no comando dos interesses do povo amapaense e da getão do Estado do Amapá.

As palvras do radialista J. Ney, que sempre declarou confiança, ditas com sentimento de revolta, são as impressões digitais da decepção, dá com provação de que tudo o que acreditou acabou não passado no estreito espaço deixado pelo resultado de uma administração que chegou a motivá-lo a convidar a todos em “vestir azul”.

Pedir para deixar enterrar uma decepção, como se de um corpo morto se tratasse, é o que sobra e o que resta.

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