sexta-feira, 19 de novembro de 2010

QUE TAL TROCAR O “HOMEM DE CONFIANÇA”?

Por Rodolfo Juarez

O final do governo de Pedro Paulo está mostrando uma constatação que foi recorrente nos sete anos do Governo Waldez e que se prolongou pelos nove meses do Governo Pedro Paulo – indicação de secretários não técnicos para áreas técnicas.

Vários exemplos poderiam ser levantados. Aliás, isso já foi experimentado no Governo de João Capiberibe, quando nomeou para Secretário de Estado da Saúde um profissional que não pertencia à área o que deu uma série de problemas que até hoje ainda marcam uma linha que mantém distância entre o Capi e esse seu fiel seguidor.

Na gestão de João Henrique à frente da Prefeitura Municipal de Macapá, mais uma tentativa foi feita e mais uma série de erros cometidos, quando João Trajano foi para o cargo de Secretário Municipal de Obras sem ter a preparação técnica para o exercício do cargo.

O modelo continuou no governo Waldez e os resultados conseguidos não são os melhores exemplos para os setores que contaram no comando com pessoas que não tinham o preparo técnico para exercer a função, muito embora fosse aquele auxiliar de extrema confiança do gestor do Estado.

Agora a posição de teimoso foi ocupada pelo governador Pedro Paulo quando nomeou para a Secretaria de Estado dos Transportes, um grande amigo, quase parente e pessoa de sua extrema confiança, mas sem o preparo devido para o cargo. Quando precisou apoiar uma de suas decisões no conhecimento técnico, o chão lhe saiu de sob os pés e a ponte que caiu continua esperando por uma palavra de ordem do secretário.

Não se trata de uma questão de reservar mercado de trabalho para esta ou para aquela profissão, mas sim constatar que tem funções no setor público que precisam ser apoiadas por conhecimentos técnicos para que seja mantida a confiança, não só do gestor, mas também de todos aqueles que fazem parte da equipe.

Ordem errada não se cumpre. Isso é o mais comum quando a autoridade não tem sustentação no conhecimento para as suas ordens. Os “autorizados” a agir não confiam na ordem, “levam com a barriga” o assunto. Na maioria das vezes apenas como instrumento de defesa, pois de outra forma, estariam contribuindo para ações erradas que não chegariam a atingir os objetivos pretendidos.

Quando falha o comando é muito difícil alcançar a meta.

O problema se agrava quando os mais afoitos se aproximam e começam a dar opiniões, transformando a cabeça do gestor despreparado em um verdadeiro barril de pólvora, prestes a explodir e a desabar o castelo criado no dia da emoção da nomeação e da posse.

O secretário de transportes do Estado do Amapá está em apuros. Perdeu completamente a linha em que deve encaminhar as ordens. Olha para um lado e para outro e vê que ninguém está conseguindo entender o que diz e os que entendem estão dispostos a debitar à desconfiança à inação que se vale para não arriscar.

Enquanto isso a irritação daqueles que esperam a decisão surtir os resultados aumenta e a intranqüilidade toma conta de todos. Começam ai a ser arremessado na direção do próprio governador provas de uma culpa que ele na verdade não tem. As provas deveriam ser outras, aquelas que o levaram a escolher o errado o seu “homem de confiança”.

Nesse caso seria aconselhável a troca do “homem de confiança” pelo “homem de decisão” e isso por uma razão muito simples – o “homem de confiança” não alcança a técnica necessária; já o técnico pode alcançar os parâmetros necessários para ser “de confiança do governador”. Tomara que os exemplos sirvam para o próximo gestor.

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