terça-feira, 17 de março de 2009

RAPIDINHAS (14mar2009)...

Uma idéia “limpa”
A Petrobras e a Fundação Banco do Brasil lançam no Rio de Janeiro, amanhã, projeto de implantação de mil unidades de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS). Serão investidos cerca de R$ 9,6 milhões nessa tecnologia social, que vai beneficiar cerca de mil famílias em cinco estados brasileiros (além do RJ, serão beneficiados os estados do RN, SE, BA e MG). Além de dispensar o uso de técnicas danosas ao meio ambiente, já que não utiliza adubos químicos nem agrotóxicos, o Sistema PAIS vai gerar segurança alimentar (alimentos para subsistência), além de trabalho e renda para os agricultores familiares por meio da implantação de um sistema de produção de alimentos orgânicos e sua comercialização

Uma resposta
Não é que a Petrobras e a Fundação Banco do Brasil sejam boazinhas e investem em tecnologias mais social e ambientalmente racionais. Na verdade, o comportamento das grandes instituições que atuam no mercado se justifica na necessidade atual do reconhecimento do papel “correto” para a imagem institucional de tais empresas. Tal comportamento não deixa de ser louvável e digno de menção, mas o entendimento das forças que atuam no cenário se faz indispensável, caso queiramos ser co-responsáveis pela compreensão ideal do que se passa na realidade que nos cerca. Nada mais é que uma reposta aos novos anseios sociais (do consumidor) e as novas relações dos atores na sociedade e economia. Isso tudo também é economia.

O otimismo pega
O consumidor brasileiro tomou consciência da fragilidade do emprego diante da crise mundial, mas continua confiante em uma recuperação ainda em 2009, segundo pesquisa da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) divulgada quinta-feira passada. O INC (Índice Nacional de Confiança) caiu 13 pontos entre janeiro e fevereiro, de 142 pontos para 129 pontos. Em fevereiro do ano passado, o INC estava em 137 pontos, oito pontos acima. A pesquisa ACSP/Ipsos faz mil entrevistas domiciliares por mês, em nove regiões metropolitanas e 70 cidades do interior brasileiro. "Nos próximos seis meses, a média das regiões ainda mostra otimismo do consumidor em relação ao futuro da sua região, com 42% que acreditam que a economia estará mais forte, contra apenas 14% que acham que estará pior", diz o estudo.

O brasileiro
Sonhador como poucos outros nacionais, o brasileiro espera que a economia se equilibre novamente ainda neste ano. Nada muito fora do normal para mim, que sou brasileiro. Nas economias mais “experientes” as expectativas são menos otimistas. Mas o país do samba, futebol, carnaval e feijoada passa pela crise sorrindo e parece que a postura realmente auxilia a construção de um imaginário coletivo positivo, facilitando as transações reais, com impactos diretos nos resultados e indicadores que acabam por atraindo mais investimentos e monta a espiral positiva da recuperação. Torçamos a favor!

O amapaense
Como diz a musica regional que retrata a cultura local: “a vida daqui é assim, devagar. Pirão de açaí com ‘tamata’”. O amapaense parece esperar com a boca aberta mais uma política que satisfaça a sua fome, enquanto os representantes brigam por fatias de poder. Uma chacoalhada iria bem nos ânimos locais. Parem de roubar nossos tesouros! “Solo fértil de imensos tesouros” acorde para os saques diários a troco de muito menos que pão e água. Os “filhos deste solo” sofrem a cada morte violente, a cada boca de fumo que se abre nas zonas urbanas mal planejadas, a cada filho que se vai no fio da peixeira ou do terçado de um filho duma rapariga das cidades “planejadas” para a mineração. Tudo isso também é economia.

Coerência?
Justamente antevendo as diferenças gritantes e gigantes das economias “ricas” a comissão da ONU formada para repensar o sistema financeiro internacional e chefiada por Joseph Stiglitz vai propor que 1% de qualquer pacote de socorro às economias ricas, empresas ou bancos seja destinado aos países em desenvolvimento. Stiglitz tenta encontrar formas de financiar os países vulneráveis e evitar um default, chegando a sugerir a criação de "FMI regionais" para permitir que o dinheiro chegue até as regiões mais prejudicadas. Seria uma coerência ou um “cala-te boca!” para as nações mais impactadas socialmente com os resultados da divisão internacional do trabalho e da organização do modo de produção atual?

Justificativas
Segundo o entendimento da ONU, o mundo precisa diversificar as fontes de financiamento e uma ajuda global precisa ser estabelecida. Uma das alternativas seria a de fortalecer os bancos regionais e nacionais, como o BNDES. Sua proposta seria a de destinar 1% de qualquer pacote a um fundo para ajudar as economias vulneráveis. O pacote de propostas será divulgado na próxima semana, antes da reunião do G-20, em Londres. Stiglitz alerta que a proposta da Europa de reforçar o FMI com US$ 500 bilhões não será suficiente para evitar a recessão global. O economista alerta que os Estados UNidos até agora não deram sinal do que vão contribuir em dinheiro para ajudar os emergentes.A Europa já prometeu US$ 250 bilhões, contra outros US$ 100 bilhões do Japão.Outra proposta é para que os países ricos e mesmo os emergentes abram seus mercados unilateralmente às economias mais pobres, como forma de estimular as exportações desses países e relançar essas economias.

Revisão ortográfica: mercados
O mercado editorial está no centro das discussões sobre quem ganha e quem perde com o acordo ortográfico da língua portuguesa. Enquanto alguns avaliam que as editoras serão as principais beneficiadas com a reforma, muitas empresas do setor, tanto no Brasil como em Portugal, inicialmente se opuseram às mudanças na escrita. O presidente da União dos Editores Portugueses, Carlos da Veiga Ferreira, chegou a dizer a certa altura que havia a chance de várias empresas "boicotarem" o acordo em Portugal, por acreditarem que as editoras brasileiras, especialmente no setor de livros didáticos, ganhariam espaço na África, mercado hoje dominado pelos portugueses. Com o avanço das discussões sobre a adoção do acordo ortográfico, os editores portugueses passaram a aceitar melhor a ideia, mas ainda esperam que haja um apoio governamental substancial para o financiamento da adaptação dos livros. A preocupação é compartilhada pelas editoras no Brasil

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