quinta-feira, 5 de março de 2009

RAPIDINHAS...

Resultados corporativos
Não tem “bom” para a crise financeira mundial. O quarto trimestre de 2008 não trouxe bons resultados nem para o multimilionário Warren Buffett que, através da popular Berkshire Hathaway, registrou uma queda de 96% em seu lucro líquido no período. No resultado anual, a principal empresa de Buffett acumulou um lucro de aproximadamente US$ 5 bilhões, o que representa uma queda de 62% em relação a 2007. São números tão absurdamente enormes que nem parecem reais. Mesmo com a queda no lucro, ainda aferiu-se, pelo menos, US$ 5 bi em 2008. É muito dinheiro positivo em caixa!

Lucra, mas lucra menos
Diferente das maiorias das micro-empresas nacionais, que nem chegam a lucrar, o maior banco britânico, o HSBC, também demonstrou impactos com a recessão global, uma vez que o balanço de 2008 registrou uma queda de 70% em seu lucro líquido, captando em torno de US$ 5,73 bilhões no ano. Junto a isto, o banco fará uma demissão em massa de 6.100 funcionários após anunciar o fechamento de 800 agências nos Estados Unidos. Parece meio contraditório... com um lucro bilionário, as instituições financeiras continuam cortando despesas e demitindo pessoal. Nenhum sacrifício corporativo é observado em momentos de crise, mas as famílias e o governo que arregacem as mangas para trabalho extra. É, o neoliberalismo tem dessas!

Na Embraer...
No início de dezembro de 2008, novas e negativas perspectivas quanto às vendas da Embraer são traçadas e seguidas com boatos de demissões em massa que poderiam atingir cerca de 4.000 postos de trabalho. Os boatos são negados pela própria empresa, onde afirma que mesmo com menores previsões de vendas para 2009, não haverá demissões em massa. Ao longo do mês, o Sindicato dos Metalúrgicos se reúne com a companhia e é divulgado que a partir de janeiro de 2009, há probabilidade para uma demissão em massa. Nada acontece em janeiro, porém dia 20 de fevereiro, a Embraer anuncia uma demissão de 4.270 funcionários, tal medida surpreende e irrita o presidente Lula. Indignado, Lula decide marcar uma reunião com diretores da companhia, na qual a companhia reforçou a necessidade das demissões. Parece que o estado nacional brasileiro, já agigantado, quer ser maior ainda, mas os limites são constitucionais, atando as mãos do governo.

Afinal... demite ou não?
Na sexta-feira passada (27/02), o Tribunal Regional do Trabalho de Campinas anulou por uma semana as demissões e marcou uma audiência para conciliação entre a empresa e os sindicatos que se opõem a esta medida. Segundo os sindicatos, a Embraer registrou lucro nos anos passados e poderia ter optado por outras medidas antes do corte dos postos de trabalho. Além disto, o desembargador Luís Cândido Martins Sotero da Silva, presidente do TRT, concluiu que a empresa só poderia ter realizado uma demissão deste patamar após negociar com os sindicatos. Na noite do mesmo dia, a Embraer anunciou que irá entrar com um recurso junto ao TRT para revogar esta liminar. Historia para inglês ver! São as mediadas tomadas pelo governo central e outro poderes, mas a decisão é estritamente corporativa. O ordenamento dos fatores produtivos, posto como está, garante as demissões! Será que é hora se rever o modo de produção? Dificílimo!

Mais informação para o consumo
O Banco Central ampliou as informações sobre o ranking das taxas médias de juros disponíveis para consulta em sua pagina da internete. Desde ontem, segunda-feira (02), é possível consultar o histórico das taxas, por data de publicação e modalidade. A série disponível tem início no último dia 5 de fevereiro, data em que o Banco Central alterou a forma de divulgação das taxas. Segundo o BC, antes da mudança a forma de divulgação das taxas era mais extensa e complicada para o público em geral. A página foi reorganizada de modo que o interessado possa identificar rapidamente a composição de juros dos serviços ou aplicações que procura, e com isso calcular também o spread médio fixado por cada instituição e fazer sua escolha.

Quem ganha?
Apontado como maior responsável pelo encarecimento do crédito, o spread é a parte variável entre o que os bancos pagam na captação de recursos e o que cobram na concessão do empréstimo, aí incluídos impostos e a margem de ganho das instituições financeiras, responsáveis pelo elevado aumento dos juros finais ao tomador, de acordo com justificativa dos bancos. Com isso o consumidor, ou tomador de empréstimo, sai com uma vantagem, em relação à sua posição anterior, podendo conferir as vantagens do credito dos bancos e a comparação é viável. São as leis do mercado, como sempre foram, agora alcançando as instituições financeiras, que guardam a sete chaves a informação do spread (lucro da operação de crédito). Então, a pesquisa e fundamental e mais uma ferramenta para a escolha adequada dos parceiros é posta à disposição pelo Banco Central.

Mais uma usina
O potencial energético nacional, pelas oportunidades de se construir uma tecnologia “limpa” (desconsiderados os impactos duma inundação) dá mais um passo. A estatal Eletrobrás entregou na última sexta-feira ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) o estudo e o relatório de impacto ambiental (EIA/Rima) do projeto da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. A entrega da documentação significa, na prática, que a Eletrobrás solicitou oficialmente a emissão da licença ambiental prévia da usina. A apresentação dos estudos ambientais ocorreu dentro do cronograma elaborado pelo governo para Belo Monte. No balanço de dois anos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), constava que o EIA/Rima da usina estaria no Ibama até o fim de fevereiro.

Burocracias à parte...

A organização da administração pública nacional burocrata desde a concepção, através do Ibama, tem agora prazo de 180 dias para concluir a análise e emitir, ou não, a licença prévia que atesta a viabilidade ambiental do projeto. Pela atual legislação que rege o setor elétrico, o governo precisa da licença prévia para levar um projeto a leilão. A intenção do Ministério de Minas e Energia é de licitar a concessão de Belo Monte até setembro deste ano. Com potência total estimada em 11.181 megawatts (MW), a hidrelétrica do Rio Xingu é o mais ambicioso projeto de energia elétrica do PAC.

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